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CONJUNTURA
País também substitui importações; exportador perde mercado
Economia patina e importa menos eletroeletrônicos
ISABEL CAMPOS
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
As importações de produtos
eletroeletrônicos somaram US$
2,2 bilhões no primeiro trimestre
deste ano, 38% menos do que no
mesmo período do 2001, informa
a Abinee (Associação Brasileira
da Indústria Elétrica e Eletrônica).
Essa queda tem duas razões: redução da atividade econômica,
principalmente, e substituição de
importados por nacionais.
A principal queda foi registrada
no setor de telecomunicações, de
70%, em razão da diminuição nas
compras de equipamentos para a
telefonia pública. Também caíram as importações de componentes e utilidades domésticas
(38%) e informática (30%). Só o
setor de equipamentos industriais
não apresentou retração na importação nesse período.
As 40 companhias brasileiras
que mais compram produtos no
exterior também reduziram suas
importações: a queda foi de
16,5%, em média, no primeiro trimestre deste ano em relação a
igual período de 2001, de US$ 4,35
bilhões para US$ 3,63 bilhões, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior.
Exportações
As exportações, que podem influenciar o dinamismo de um setor, também não vão bem. No setor eletroeletrônico, caíram 8,3%
no primeiro trimestre deste ano
em relação a igual período do ano
passado, de US$ 1,02 bilhão para
US$ 941,8 milhões, informa a Abinee. "A Argentina, que chegou a
ser nosso segundo maior mercado, praticamente parou de comprar", afirma Carlos de Paiva Lopes, presidente da Abinee.
As vendas para o exterior das 40
maiores empresas exportadoras
brasileiras caíram 6,82% no primeiro trimestre deste ano sobre
igual período do ano passado, de
US$ 5,106 bilhões para US$ 4,758
bilhões, segundo a Secex.
Algumas das companhias tiveram queda bem acima dessa média. A Embraer, maior exportadora do país, apresentou redução de
24,1%, de R$ 714,2 milhões para
542,3 milhões. Na Petrobras, a
queda foi de 33,65%, de R$ 741,6
milhões para R$ 492 milhões. As
duas empresas respondem por
10,5% das exportações brasileiras.
Os setores que mais reduziram
o comércio com o exterior foram
veículos, autopeças, alumínio, sucos concentrados, alimentos e papel e celulose. A queda de US$ 350
milhões nas exportações das 40
maiores nos primeiros três meses
se deve especialmente à crise argentina e à desaceleração da economia mundial. Outro motivo:
exportadores de commodities
agrícolas estão segurando os embarques à espera de uma retomada na economia norte-americana
e, portanto, de melhores preços.
As maiores quedas nas exportações, além da Embraer e Petrobras, foram registradas pelas seguintes empresas: Cenibra, com
59,1%; Ferteco Mineração
(53,2%); Fiat (49,4%); Albrás
(42,6%); Aracruz (41,7%); Cargill
(41,3%); Cutrale (39,7%); GM
(25,6%); Robert Bosh (25,2%),
Bunge Alimentos (24%), Motorola (22,3%), Volkswagen (22%) e
Vale do Rio Doce (7,45%).
"A crise argentina brecou parte
das exportações do Brasil", afirma
Maurice Costin, diretor do departamento de relações internacionais e comércio exterior da Fiesp.
"Vamos compensar isso com a
busca de outros mercados."
José Augusto de Castro, diretor
da AEB, associação que reúne os
exportadores do país, considera
que as exportações deverão ter
melhor desempenho neste trimestre, especialmente porque é
esperada a recuperação da economia norte-americana. Para ele, o
saldo da balança comercial brasileira, que ficou ao redor de US$ 1
bilhão no primeiro trimestre deste ano, deve subir para US$ 1,5 bilhão neste trimestre.
As importações, que caíram
cerca de 25% no primeiro trimestre deste ano, na avaliação de Castro, podem voltar a subir no segundo semestre.
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