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RESULTADOS
Operadora de celulares teve queda na receita de 2000 para 2001
Prejuízo da BCP supera R$ 1 bilhão
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A situação da BCP, operadora
de telefonia celular da Grande São
Paulo, piorou drasticamente em
2001. Ao contrário de outras operadoras, que conseguiram ao menos elevar sua receita, a BCP registrou um faturamento bruto de
R$ 1,62 bilhão, uma queda de
2,4% sobre o desempenho do ano
anterior.
O prejuízo da companhia chegou a R$ 1,05 bilhão em 2001, contra as perdas de R$ 880,5 milhões
de 2000. "Tivemos uma migração
de usuários de celulares pós-pagos para pré-pagos, que geram
menos receita. Além disso, a desvalorização do real em 2001 pesou
no resultado final", afirmou Luís
Felipe Schiriak, vice-presidente financeiro da BCP.
A dívida dolarizada da operadora é de US$ 1,7 bilhão. O número
de assinantes passou dos 1,62 milhão de 2000 para 1,74 milhão. Esse aumento não permitiu, porém,
que a empresa registrasse alta na
receita porque o percentual de assinantes com celulares pré-pagos
passou de 55% para 68%.
Para Virgílio Freire, da consultoria Brisa, um dos problemas da
BCP é justamente esse perfil de
usuários. "Celular pré-pago é um
péssimo negócio. Gera em média
apenas um terço da receita de um
pós-pago", afirmou Freire.
Reestruturação
A situação complicada da BCP
já tinha ficado evidente no dia 28
de março passado, quando a operadora deixou de pagar uma parcela de US$ 375 milhões a um
consórcio de bancos credores. O
débito ainda não foi acertado. As
negociações na BCP prevêem
também a saída da Verbier (empresa dos irmãos Joseph e Moise
Safra) da operadora.
Os Safra possuem 45,4% das
ações da operadora e defendiam o
pagamento da dívida, enquanto a
norte-americana BellSouth, proprietária de outros 45,4%, se recusou a pagar o débito.
Segundo Schiriak, a estratégia
da BCP é de recuperar bem os negócios após os entendimentos
com os credores. "Vamos renegociar a dívida e assim ter mais fôlego para expandir os negócios".
Não há data prevista para um entendimento com os bancos.
O desempenho da BCP, que
atua na banda B de São Paulo, é
bastante ruim se comparado com
os das operadoras da banda A,
herdeiras da infra-estrutura da
Telebrás. Sua concorrente direta,
a Telesp Celular, registrou aumento de 6,5% na receita líquida
em 2001. Outras companhias como a Tele Norte Celular e a TIM
Sul conseguiram elevar em 10%
seu desempenho. A Tele Centro
Oeste atingiu um surpreendente
aumento de 38,2%.
A Folha apurou que a receita
média por celular da BCP também caiu. Chegou a R$ 61,05 por
mês no segundo trimestre de 2001
e caiu para R$ 53,29 no terceiro
trimestre. A média anual ficou em
R$ 58 mensais.
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