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Brasil vive um "momento mágico", afirma Lula
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Maceió (AL), que a elevação a grau
de investimento pela Standard
& Poor's faz do Brasil "um país
sério". Segundo ele, o Brasil vive um "momento mágico", que
já deveria ter ocorrido "muito
tempo atrás".
"Acabamos de receber a notícia de que o Brasil passou a ser
"investment grade'", afirmou o
presidente, no início do seu discurso na primeira reunião do
Conselho Deliberativo da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste).
"Eu não sei nem falar direito
a palavra ["investment grade'],
mas, se a gente for traduzir isso
para uma linguagem que os
brasileiros entendem, o Brasil
foi declarado um país sério, que
tem políticas sérias, que cuida
das suas finanças com seriedade e que, por isso, passou a ser
merecedor de uma confiança
internacional que há muito
tempo necessitava", afirmou.
"E quis Deus que fosse exatamente no momento em que o
presidente de sorte assume a
Presidência da República que
isso viesse a acontecer", disse,
referindo-se a si mesmo.
"Alguns dizem que [o fato] é
ótimo, outros dizem que pode
ser não tão ótimo, porque pode
entrar muito dólar, e o dólar já
está desvalorizado diante do
real, e isso pode ser muito
ruim", disse o presidente.
Em seguida, Lula posicionou-se entre os que acham a
notícia ótima. "Eu confesso a
vocês que, quando saí de Garanhuns [PE], em 1952, jamais
imaginei que poderia chegar
um dia em que os brasileiros
iriam ter preocupação com a
entrada de dólar no Brasil."
Para Lula, o temor de que o
dólar sofra novas desvalorizações ante o real não tem fundamento, porque o mesmo ocorre
em relação a outras moedas. "O
que é importante é que não é o
real que está se valorizando
diante do dólar. O que é importante é que o dólar está se desvalorizando diante de todas as
moedas do mundo."
O presidente aproveitou ainda para ironizar a crise nos
EUA. "Eu até brincava outro
dia: qual é a agência que está lidando com o risco americano,
porque, com a crise do "subprime", que na verdade não passa
de uma dívida imobiliária, ninguém mediu o risco americano", disse. "O FMI [Fundo Monetário Internacional] não foi
lá dar um único palpite na economia americana."
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