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cenários
Analistas vêem Bovespa em alta e dólar em baixa
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a disparada da Bolsa
de Valores de São Paulo, ontem, cresceu a expectativa
em torno do futuro do mercado acionário nos próximos
meses. A Bovespa já vinha se
recuperando em abril, mas
agora as expectativas melhoraram, mesmo que nenhum
analista possa garantir que
um ciclo de altas é garantido.
Na contramão, o dólar, que
já vinha operando recentemente em seus mais baixos
níveis desde maio de 99, tende a se depreciar ainda mais.
Um dos efeitos da elevação
do Brasil a grau de investimento é a possibilidade de
aceleração da entrada de capitais externos no país.
"Há fundos de pensão no
exterior que têm, por regra,
não aplicar em países que
não são "investment grade".
Agora, o Brasil entrou para
esse grupo", diz Cristiano
Souza, economista do banco
Real. "A Bolsa já teve uma
aceleração neste ano com
grande participação de capital externo", diz Souza.
O professor William Eid
Júnior, do Centro de Estudos em Finanças da FGV,
mostra-se otimista com o
mercado acionário neste
momento e estima que não
será difícil a Bovespa ultrapassar os 75 mil pontos nos
próximos meses.
A Bovespa atravessa seu
sexto ano consecutivo de valorização. Por conta disso,
muitos profissionais avaliavam que seria possível que
este fosse um ano bem mais
fraco que os últimos, com a
Bolsa já sem tanta força para
se manter em alta.
Em 2007, a Bovespa acumulou valorização de 43,6%.
Neste ano, está com alta de
6,23% -em seu melhor momento de 2008.
"Fiquei até um pouco surpreso com a alta tão forte da
Bolsa. E é provável que recebamos mais dinheiro de fora.
O Brasil era limitado em alguns portfólios [no exterior]", diz José Luiz Rossi,
professor do Ibmec-SP.
A aceleração na entrada de
capital externo na Bolsa tende a derrubar ainda mais a
cotação do dólar. Além dos
dólares destinados ao mercado acionário, é grande a
procura por títulos que pagam juros, como os oferecidos pelo governo. Com a baixa da taxa de juros americana, que caiu a 2% ao ano, os
papéis brasileiros se tornam
ainda mais atrativos -a taxa
Selic está em 11,75%.
Como a procura por dólares é muito baixa no mercado brasileiro, quanto mais
moeda desembarcar por aqui
maior a tendência de apreciação do real. Ontem, o dólar fechou a R$ 1,664.
"O que devemos ver é a
Bolsa para cima e o dólar
derretendo. E não sei o que o
BC poderia fazer contra isso
[queda do dólar], além de subir ainda mais os juros", afirma o professor da FGV.
(FABRICIO VIEIRA)
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