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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Brasil se recupera mais rápido da crise do que EUA e Europa
O Brasil foi o país que menos
sentiu os efeitos da crise em relação aos Estados Unidos e à
Europa e também é o que está
em processo de recuperação
mais acelerado. É o que se
constata ao comparar os índices de confiança da indústria
do Brasil com os dos Estados
Unidos e da Europa.
O termômetro usado para a
comparação no Brasil foi do índice de confiança da indústria
calculado pela Fundação Getulio Vargas. Em abril, o indicador registrou uma alta de 8,7%
em relação a março, a quarta
consecutiva, o que mostra uma
consolidação da recuperação.
Já o indicador dos EUA foi o
índice de gerente de compras.
O da Europa foi o consolidado
calculado pela União Europeia.
O índice americano registrou
uma alta de 1,4% em março, e o
da Europa, de 5,3% em abril. A
conclusão é que a economia
mundial está sofrendo mais
que a do Brasil.
O trabalho foi feito pelo coordenador de pesquisas da FGV,
Aloisio Campelo Junior. Segundo ele, o método de cálculo
da FGV segue a mesma metodologia usada tanto pelos Estados Unidos como pela União
Europeia, o que torna os indicadores compatíveis.
Campelo tomou como base o
comportamento do índice de
confiança da indústria dos três
países de 2003 até agora. O índice de confiança do Brasil, depois de uma queda no início,
manteve-se elevado. Em setembro do ano passado, quando a crise se agravou, depois da
quebra do Lehman Brothers, o
índice no Brasil estava em um
patamar bastante alto. Depois,
desabou, embora menos do
que nos EUA e na Europa.
Campelo atribui principalmente ao mercado interno o fato de a indústria no Brasil estar
sofrendo menos com a crise,
além, é claro, das medidas do
governo para enfrentar a turbulência.
"O Brasil tinha mais margem
de manobra tanto na política
monetária como na política fiscal", diz Campelo.
Apesar de todo esse esforço,
o Brasil ainda está longe de ter
retomado o período pré-crise.
A freada foi muito grande no final do ano passado.
Daqui para a frente, Campelo
diz que o governo precisa dosar
as medidas para enfrentar a
crise. O receio é que essa política acabe comprometendo o esforço fiscal realizado nos últimos anos.
Para o economista, o governo não deve se assustar, por
exemplo, com a perspectiva de
um PIB negativo neste ano. A
base de comparação é muito alta, o que compromete o indicador, independentemente da recuperação iniciada no primeiro
trimestre e que parece ser mais
forte agora.
Em compensação, em 2010,
o PIB tem tudo para ter um desempenho melhor se não houver uma nova complicação na
economia.
AMBULÂNCIA
O banco ABC Brasil quer incrementar seus negócios na linha de crédito que antecipa a hospitais e clínicas receitas a
receber do SUS (Sistema Único de Saúde), em vigor no banco desde a metade de 2008. Segundo Anis Chacur Neto, diretor-vice-presidente do ABC, a operação pode contribuir
para melhorar a qualidade da carteira de crédito do banco,
que piorou com a crise e ainda não se restabeleceu. "Até o
momento, tivemos perda zero com essa linha." Hoje, a carteira do banco nessa linha é de R$ 20 milhões, mas a meta é
atingir R$ 150 milhões nos próximos 12 meses. Outro executivo, Laerte Marques da Silva Junior, diz que o banco busca
uma agilidade maior na concessão do crédito para os hospitais como um diferencial para competir com os concorrentes, como a Caixa, líder no segmento.
NA MESA
Guido Mantega (Fazenda)
marcou para a próxima quarta-feira reunião do grupo de
acompanhamento da crise. Os
empresários levantarão dois
temas. Primeiro a necessidade
de baixar os juros da TJLP, que
regula os empréstimos do
BNDES e está hoje em 6,25%
ao ano. Com a queda da Selic, o
dinheiro do BNDES está deixando de ser tão atrativo.
NA MESA 2
Outro tema na pauta da reunião marcada por Mantega para quarta deve ser a alta nos
preços do óleo combustível. A
indústria considera inoportuno o aumento anunciado pela
Petrobras.
MOBÍLIA
A Dell Anno abriu nova loja
no Paraguai.
JARDIM
Para o Dia das Mães, a Ceagesp prevê vendas de cerca de
2.000 toneladas de flores de
corte e vaso, com movimento
de quase R$ 2,5 milhões. Na semana que antecede a data, o
movimento na feira de flores da
Ceagesp é três vezes maior que
o normal e chega atingir 25 mil
pessoas. A rosa é a flor preferida para a data e movimenta
20% do total comercializado.
MADURO
Susanne Cook-Greuter, fundadora do Ken Wilber's Integral Institute, chega hoje ao
Brasil para participar de encontros com clientes e equipe da
consultoria DBM, especializada em gestão de capital humano. Ela ficará três dias no Rio e
uma semana em São Paulo para
dar palestras sobre o desenvolvimento da maturidade em lideranças.
Indústria de MG perde 16% da receita no 1º tri
O faturamento real da indústria mineira caiu 16% no
primeiro trimestre em relação ao mesmo período de
2008, segundo a Fiemg. A receita de março apresenta
uma recuperação ante fevereiro, mas a deterioração
continua no emprego e na
massa salarial do setor.
Para o presidente da
Fiemg, Robson Braga de Andrade, há uma perspectiva
de melhora nos indicadores
dos próximos meses, mas
não de "uma recuperação
plena neste ano".
Segundo ele, a queda foi
puxada pelos segmentos de
mineração e siderurgia, que
têm forte peso no Estado.
TRABALHO
A procura por profissionais
das áreas financeira, contábil e
fiscal registrou aumento de
30% desde setembro do ano
passado, segundo levantamento da Projeto RH, de gestão de
pessoas. Outra área que teve
expansão no emprego foi a de
TI -de 15%.
GOLE
A Flavors, importadora da
francesa Monin, fechou com a
Coca-Cola Femsa Brasil para
que os estabelecimentos que
têm máquinas de refrigerantes
possam oferecer duas versões
de drinks à base de refrigerantes com xaropes Monin preparados por atendentes das lojas.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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