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Bolsa recua 4% em abril e é o pior investimento
Aplicações que pagam juros
se destacam; dólar perde 2,4%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após mais um pregão de perdas, a Bolsa de Valores de São
Paulo terminou o mês com
queda acumulada de 4,04%, decepcionando os investidores.
Ontem, o recuou foi de 0,66%.
Apesar dos ganhos ainda historicamente tímidos, as aplicações que pagam juros foram o
destaque de abril. Os fundos DI
deram, na média, 0,66% no
mês. Para a renda fixa, a rentabilidade foi de 0,64%. Os CDBs
pagaram 0,63% na média.
A poupança registrou retorno mensal de 0,50%.
A semana foi marcada pelo
início do ciclo de elevações da
taxa Selic, que deve beneficiar
as aplicações ligadas aos juros,
com destaque para o DI. A Selic
passou de 8,75% para 9,5%.
Para o câmbio, os juros ascendentes podem resultar em
maior depreciação do dólar. A
moeda encerrou o mês com recuo de 2,41% diante do real, cotada a R$ 1,738. O fato de as
aplicações de renda fixa prometerem pagar mais até o final
do ano tende a atrair o capital
externo. O Brasil é o país com
os maiores juros reais -descontada a inflação da Selic- do
planeta, com taxa de 4,5% ao
ano. Isso significa, para o investidor internacional, que nenhuma aplicação de renda fixa
é mais rentável do que as opções oferecidas pelo Brasil.
O que prejudicou a Bolsa de
Valores em abril foi o nervosismo internacional. Em meio às
incertezas sobre o futuro da
Grécia, os investidores estrangeiros optaram por se desfazer
de ações de companhias brasileiras -decisão que tem abatido o pregão doméstico.
O saldo das operações dos investidores internacionais chegou ao fim do mês -no dia 28-
negativo em R$ 938,4 milhões.
No dia 8 de abril, o balanço estava positivo em R$ 1,31 bilhão.
Ou seja, em 20 dias mais de R$
2,2 bilhões em capital externo
deixaram a Bolsa brasileira.
Apenas nesta semana, o índice Ibovespa registrou desvalorização de 2,85%, com 41 de
suas 63 ações no vermelho.
As duas maiores baixas do
período foram Fibria ON, que
recuou 11,01%, e Gerdau Metalurgia PN, que caiu 7,70%.
"A última semana do mês foi
fortemente influenciada pelas
incertezas em relação à conclusão do pacote de ajuda financeira para a Grécia", afirma Pedro Galdi, analista-chefe da
SLW Corretora.
"Além disso, as agências de
risco rebaixaram Portugal e Espanha, ampliando a desconfiança de que uma nova crise
econômica possa estar se aproximando. Para a próxima semana, ainda poderemos ter volatilidade nas Bolsas de Valores."
Ontem o mercado internacional voltou a ter um dia ruim.
O Goldman Sachs retornou ao
centro do nervosismo, com informações de que promotores
de Nova York teriam iniciado
uma investigação tendo como
alvo a instituição financeira. As
ações do Goldman Sachs recuaram 9,4% na Bolsa.
O índice Dow Jones terminou com depreciação de 1,42%.
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