São Paulo, sábado, 01 de maio de 2010

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Bolsa recua 4% em abril e é o pior investimento

Aplicações que pagam juros se destacam; dólar perde 2,4%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após mais um pregão de perdas, a Bolsa de Valores de São Paulo terminou o mês com queda acumulada de 4,04%, decepcionando os investidores. Ontem, o recuou foi de 0,66%.
Apesar dos ganhos ainda historicamente tímidos, as aplicações que pagam juros foram o destaque de abril. Os fundos DI deram, na média, 0,66% no mês. Para a renda fixa, a rentabilidade foi de 0,64%. Os CDBs pagaram 0,63% na média.
A poupança registrou retorno mensal de 0,50%.
A semana foi marcada pelo início do ciclo de elevações da taxa Selic, que deve beneficiar as aplicações ligadas aos juros, com destaque para o DI. A Selic passou de 8,75% para 9,5%.
Para o câmbio, os juros ascendentes podem resultar em maior depreciação do dólar. A moeda encerrou o mês com recuo de 2,41% diante do real, cotada a R$ 1,738. O fato de as aplicações de renda fixa prometerem pagar mais até o final do ano tende a atrair o capital externo. O Brasil é o país com os maiores juros reais -descontada a inflação da Selic- do planeta, com taxa de 4,5% ao ano. Isso significa, para o investidor internacional, que nenhuma aplicação de renda fixa é mais rentável do que as opções oferecidas pelo Brasil.
O que prejudicou a Bolsa de Valores em abril foi o nervosismo internacional. Em meio às incertezas sobre o futuro da Grécia, os investidores estrangeiros optaram por se desfazer de ações de companhias brasileiras -decisão que tem abatido o pregão doméstico.
O saldo das operações dos investidores internacionais chegou ao fim do mês -no dia 28- negativo em R$ 938,4 milhões. No dia 8 de abril, o balanço estava positivo em R$ 1,31 bilhão. Ou seja, em 20 dias mais de R$ 2,2 bilhões em capital externo deixaram a Bolsa brasileira.
Apenas nesta semana, o índice Ibovespa registrou desvalorização de 2,85%, com 41 de suas 63 ações no vermelho.
As duas maiores baixas do período foram Fibria ON, que recuou 11,01%, e Gerdau Metalurgia PN, que caiu 7,70%.
"A última semana do mês foi fortemente influenciada pelas incertezas em relação à conclusão do pacote de ajuda financeira para a Grécia", afirma Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora.
"Além disso, as agências de risco rebaixaram Portugal e Espanha, ampliando a desconfiança de que uma nova crise econômica possa estar se aproximando. Para a próxima semana, ainda poderemos ter volatilidade nas Bolsas de Valores."
Ontem o mercado internacional voltou a ter um dia ruim. O Goldman Sachs retornou ao centro do nervosismo, com informações de que promotores de Nova York teriam iniciado uma investigação tendo como alvo a instituição financeira. As ações do Goldman Sachs recuaram 9,4% na Bolsa.
O índice Dow Jones terminou com depreciação de 1,42%.


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