São Paulo, sexta-feira, 01 de junho de 2007

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Venda de veículos bate recorde em maio

Mês termina com 208 mil unidades vendidas no mercado interno, e expansão no ano chega a 27% em relação a 2006

Montadoras elevam seus investimentos para atender à procura maior, estimulada por estabilidade, aumento no crédito e queda nos juros


GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA

A indústria automobilística registrou em maio novo recorde histórico em vendas num único mês no mercado interno. Foram vendidos 208 mil automóveis e veículos comerciais leves, batendo o recorde anterior, de 204 mil unidades, registrados em dezembro passado.
O resultado de maio reforça a previsão de que a venda de automóveis neste ano irá superar o recorde anual histórico do setor, de 1,940 milhão, em 1997.
Com esse resultado de maio, as vendas do setor nos cinco primeiros meses atingiram um total de 880 mil unidades, o que significa um crescimento de 27% em relação ao mesmo período do ano passado. Já as vendas de maio representaram um aumento de 24% em comparação a igual mês de 2006.
No ano passado, as montadoras já tinham batido o recorde de produção, com um total de 2,6 milhões de veículos fabricados. Mas as vendas internas somaram 1,930 milhão de veículos comercializados e não superaram o recorde de dez anos atrás. Com o recuo nas exportações por causa do real valorizado, é o mercado interno agora que puxa o setor, impulsionado pela melhora na economia.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que já reviu no mês passado as estimativas pra o setor, prevê que as vendas atinjam neste ano um total de 2,2 milhões de veículos.
Diante do resultado de maio, é possível até que a Anfavea venha a ter que fazer nova correção dentro de pouco tempo.
Segundo especialistas, esse resultado recorde do setor se deve a fatores como estabilidade econômica, inflação baixa, queda das taxas de juros e ampliação do prazo de financiamento do crédito.
Diante desses resultados, as montadoras estão também começando a rever seus planos de investimento para o país. O presidente da Fiat da América Latina, Cledorvino Belini, viajou nesta semana para Turim, na Itália, sede da companhia, para discutir aumento de investimentos.
A Fiat, que é líder em vendas no Brasil, possui um plano de investimentos de R$ 1 bilhão por ano até 2008, mas quer ampliar esse número. O objetivo é aumentar os investimentos nas três fábricas na América do Sul: Betim, Sete Lagoas e Córdoba (Argentina). Esta última voltou a produzir o Fiat Siena e, em 2008, fabricará uma picape média. Neste ano, a Fiat já contratou 3.000 funcionários.
Assim como a Fiat, a GM do Brasil também está guardando a sete chaves a decisão de dar partida a um plano de investir US$ 1 bilhão no país para a ampliação de suas linhas de produção e, possivelmente, a fabricação de um novo modelo.
Já a Volks, que havia iniciado programa de demissão voluntária, cancelou 186 demissões previstas até julho e elevou as horas extras até 2008.


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