São Paulo, domingo, 01 de junho de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

HSBC também quer comprar Nossa Caixa

Depois de quatro anos e meio à frente do HSBC do Brasil, Emilson Alonso assume amanhã o posto de presidente do banco na América Latina. Será o primeiro brasileiro a ocupar o cargo de responsável pelas operações do grupo financeiro britânico em 14 países latino-americanos.
Alonso vai morar no México e responderá diretamente ao executivo-chefe mundial do HSBC, Michael Geoghegan. Nascido em São Paulo, no bairro do Tatuapé, e formado pela Politécnica da USP, Alonso chegou ao HSBC em 1997, ano em que o banco começou suas operações no Brasil, ao comprar o Bamerindus.
Hoje, o banco tem ativos de US$ 100 bilhões, 4.000 agências e pontos de atendimento e 67 mil funcionários. Em 2007, a América Latina respondeu por 9% (US$ 2,2 bilhões) do lucro bruto mundial do grupo HSBC, com Brasil (US$ 879 milhões) e México (US$ 980 milhões) responsáveis por mais de 80% do total.
"Meu objetivo é transformar as 14 subsidiárias do grupo na América Latina em um grande banco regional. A América Latina ainda é desbancarizada, onde dois terços da população economicamente ativa, de 300 milhões de pessoas, não têm conta em banco", diz Alonso.
A exemplo de outros grandes bancos, como Itaú e Bradesco, Alonso não esconde sua insatisfação com o anúncio das negociações para a aquisição da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil. Ele também diz que é candidato à compra da Nossa Caixa e defende um leilão para a venda do banco.
"O leilão daria mais transparência ao negócio e o governo de São Paulo ainda conseguiria um melhor preço", diz o presidente do HSBC. "Nós também somos candidatos à compra da Nossa Caixa."
Sobre o fato de um dos grandes atrativos da Nossa Caixa ser o expressivo volume de depósitos judiciais, avaliado em R$ 16 bilhões, e que não pode ser repassado aos bancos privados, Alonso tem uma solução. Nada impede, a seu ver, que os depósitos sejam excluídos do processo.
Para Alonso, os depósitos poderiam ser vendidos para o Banco do Brasil, e o restante do banco, ser leiloado, a exemplo do que ocorreu na privatização do Banespa. O Banespa foi vendido em 2001 por R$ 7 bilhões para o Santander, um valor bem acima das expectativas do mercado. "Ninguém imaginava que algum banco pagaria aquela quantia pelo Banespa. O mesmo pode ocorrer com a Nossa Caixa", diz Alonso.

Toshiba é a japonesa mais lembrada entre brasileiros

A Toshiba é a marca japonesa que primeiro vem à mente dos brasileiros, segundo pesquisa de recall de marcas de empresas nipônicas feita pelo Datafolha. Ela foi mencionada por 12% das 2.110 pessoas acima de 16 anos entrevistadas nacionalmente, em 150 municípios.
Em segundo ficou a Mitsubishi, lembrada espontaneamente por 10% dos entrevistados. Em terceiro, com 7%, aparece uma marca híbrida, que une a brasileira Semp com a Toshiba (Semp Toshiba).
Entre as marcas japonesas mais citadas, estão ainda a Suzuki (5%), a Honda (4%), a Toyota (4%), a Sony (3%), a Yamaha (2%) e a Sharp (1%).
Algumas marcas que não são japonesas aparecem mencionadas na pesquisa, como a sul-coreana Samsung (4%), a finlandesa Nokia, a americana Philco e a holandesa Philips, com 1% de menções cada uma.
É na região Nordeste onde as marcas japonesas são menos mencionadas (46% dizem não saber apontar espontaneamente uma delas). A Toshiba é a marca mais citada pelos mais jovens (16%, entre 16 e 24 anos). A Mitsubishi é mais lembrada pelas pessoas que têm curso superior (18%) e pertencem às classes A e B (17%).
Na pesquisa de "awareness" (total de marcas lembradas), Toshiba e Mitsubishi empatam (18%), seguidas por Honda e Suzuki (10%) e Toyota (9%).

JÓIA RARA
A joalheria paulista Casa Vasconcellos criou jóias que estão na exposição "Mulheres Reais, Modas e Modos no Rio de Dom João 6º", que acaba de ser inaugurada no Rio de Janeiro. A mostra resgata figurinos da realeza feminina luso-brasileira. Comandada pelas irmãs e designers Fabiana, Marianna e Renata Vasconcellos, a Casa Vasconcellos, que faz peças para minisséries de época da Rede Globo, reproduziu as jóias usadas pela Corte para a exposição. Todas as jóias expostas com o figurino de Carlota Joaquina, dona Leopoldina e peças usadas pelas escravas foram preparadas pela Casa Vasconcellos. A mostra deverá acontecer também em São Paulo, em julho.

HOMENAGEM
O Instituto Sergio Motta fará homenagem ao ex-ministro das Comunicações Sergio Motta nos dez anos de sua morte. O evento será amanhã, no Jockey Club, em São Paulo. Na ocasião, será realizado balanço das atividades do instituto. Além da vice-presidente do conselho, a viúva Wilma Motta, estarão presentes o presidente do instituto, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin.

MESA NO IRAQUE
As exportações de itens alimentícios ao Iraque subiram. De janeiro a abril, as vendas brasileiras ao país atingiram US$ 109 milhões. Entre os 20 mais vendidos, estão frango, atum, carne bovina e sardinha, todos em conserva, carne de frango cortada em pedaços e congelada, ovos de galinha para incubação, leite integral em pó, bolachas e outros.

VISITA
Doze embaixadores árabes desembarcam em SP hoje para planejar ações de intercâmbio comercial com a Câmara Árabe. Eles visitarão a Avibrás Aerospacial, a Embraer e a Codesp.

BONECA DE PANO
O Dia das Mães e a Parada Gay alavancaram as vendas do comércio atacadista de tecidos, vestuário e armarinhos de São Paulo em maio. Elas cresceram 4% no mês em relação a abril, segundo levantamento do Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuário e Armarinhos do Estado de SP.

CEGONHA
As funcionárias do Wal-Mart Brasil terão, a partir de 1º de julho, seis meses de licença-maternidade. A extensão do benefício foi resultado de pesquisa interna com mais de mil mulheres que trabalham na companhia. Para quem já está em licença -hoje, cerca de 500 pessoas-, o benefício será ampliado. Dos 70 mil funcionários do Wal-Mart Brasil, 45% são mulheres.

SALA DE AULA
A Fundação Bunge, entidade social das empresas Bunge do Brasil, vai investir, neste ano, cerca de R$ 2,1 milhões no seu programa de voluntariado, o Comunidade Educativa, de apoio ao ensino das escolas públicas.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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