São Paulo, segunda-feira, 01 de junho de 2009

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Emprego nos EUA e dados da indústria são destaques

Expectativa é que BCs europeus não alterem juros

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana que entra traz diversos indicadores econômicos importantes para balizar as estratégias (e humores) no mercado financeiro.
Após a Bolsa de São Paulo avançar 12,49% e o dólar comercial cair aproximadamente 10% em maio, os investidores buscam notícias sobre a atividade global (e em especial a americana) que lhes permita afinar suas previsões. As tendências observadas recentemente não devem mudar, dizem os analistas, mas ainda não se sabe se os movimentos de alta no segmento acionário e de queda no câmbio têm espaço para ampliação. Para isso, seriam necessários mais sinais de recuperação dos Estados Unidos, da Europa e da China.
Números a respeito da renda e dos gastos do consumidor americano saem hoje.
Na quarta-feira, é a vez dos dados relativos a vendas de veículos no mercado norte-americano. O presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), Ben Bernanke, fala no Congresso.
Na sexta, será divulgada a taxa de desemprego em maio, que os especialistas estimam ter ficado em 9,2%, o que representa uma alta de 0,3 ponto percentual ante o mês anterior.
De todos os índices que os especialistas estão acompanhando para tentar prever quando acabará a recessão nos EUA, os de mercado de trabalho têm sido os mais preocupantes.
Economistas como Nouriel Roubini dizem que, embora já seja possível vislumbrar o fim da retração -no fim deste ano ou no início do próximo-, ainda levará muito mais tempo para que os empregos fechados pela crise sejam recuperados.
Os bancos centrais do Reino Unido e da zona do euro definem a sua taxa básica de juros na quinta-feira. A expectativa da maioria dos analistas é a de que sejam mantidas nos níveis atuais: 0,5% ao ano no primeiro caso e 1% anual no segundo.
Baixar agressivamente os juros foi uma das armas empregadas pelos governos europeus para tentar combater o desaquecimento da economia. Em nível tão baixo que frequentemente significa rendimento negativo (descontando a inflação) para os investimentos feitos nesses países, a taxa não funciona muito para animar os consumidores, já que a crise é de confiança. Enquanto as instituições financeiras não voltarem a conceder crédito, a atividade não voltará a crescer. Esta é outra ressalva feita pelos especialistas quando falam das perspectivas mundiais.
Indicadores econômicos brasileiros também são aguardados e estudados com atenção.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informa hoje os números a respeito da produção industrial do país em abril. Em março, foi registrada uma elevação de 0,7% e os analistas veem um crescimento de 1,2% na nova leitura.
Na quinta, saem os dados sobre produção, venda e exportação de veículos no mês passado.
Se esses índices confirmarem as avaliações de que a atividade no país está se recuperando, ainda que em ritmo moderado, ganharão força as apostas de que o Banco Central diminuirá o ritmo do corte da taxa de juros básica, a Selic, atualmente em 10,25% ao ano. A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) acontece nos dias 9 e 10.
"Mantemos a nossa projeção de que ele reduzirá o ritmo de corte (dessa vez para 0,5 ponto percentual), uma vez que vemos os sinais de retomada econômica se tornando mais difusos entre os segmentos, algo que reduz a necessidade de diminuições mais agressivas", afirma relatório do BES Investimento enviado a clientes. (DENYSE GODOY)



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