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DIFERENÇAS
Presidente 44 vezes mais que operário
Desigualdades no
Brasil são maiores
da Reportagem Local
Nos EUA não são raros os casos de diretores de empresas
que ganham mais de US$ 10
milhões por ano. Mas aplicar
tanto dinheiro no bolso de um
só funcionário não está agradando a muitos acionistas.
Os executivos se defendem
com o argumento de que geram lucros ainda maiores. Essa
discussão está ganhando corpo
nos EUA, mas ainda nem chegou ao Brasil.
Em alguns bancos de investimento brasileiros a preocupação é se as grandes remunerações não alimentam o desejo
do executivo de largar o emprego, abrir seu próprio negócio e competir com sua antiga
empresa. Quem mais questiona os altos salários no Brasil
são os sindicalistas.
"Esses salários são resultado
de uma desconsideração com
os trabalhadores. É preciso discutir um mecanismo de quem
ganha menos receber maiores
reajustes e quem ganha mais
abrir mão de parte dos ganhos
milionários", diz Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, presidente nacional da CUT.
Segundo cálculos do economista Márcio Pochmann, da
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), com base
em dados do Seade/Dieese, um
operário ganha, em média,
44,5 vezes menos do que um
presidente de indústria no Brasil. "A diferença em outros
países é bem menor."
O economista fez um estudo
comparando a diferença entre
os salários dos operários, dos
empregados da administração,
dos técnicos e dos que ocupam
cargos de chefia em empresas
de sete países. O Brasil apresentou a maior diferença.
"O maior problema brasileiro é o rendimento baixo dos
operários. Como há muita rotatividade entre os empregados, a maior parte do pessoal
empregado é iniciante, com salários baixos", diz Pochmann.
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