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São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2003

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Banco vê inflação acima da meta para este ano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A inflação deve ficar em 10,2% neste ano, segundo estimativa feita pelo Banco Central. Apesar de a projeção superar os 8,5% da meta fixada pela instituição, o BC se mostra mais otimista em relação ao comportamento dos preços nos próximos meses, sinalizando que é possível que novas reduções de juros ocorram.
Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) reduziu os juros pela primeira vez no ano. A taxa Selic caiu 0,5 ponto percentual, passando para 26% ao ano. As projeções de inflação são os principais indicadores considerados na hora de mexer nos juros.
A estimativa divulgada ontem considera que os juros vão continuar em 26% ao ano até dezembro, o que faria a economia crescer 1,5% neste ano. Caso os juros sejam reduzidos para perto de 20% ao ano, a inflação seria de 10,8%, e o crescimento, de 1,8%.
Sobre o reajuste das tarifas de telefonia decidido na semana passada, o diretor de Política Econômica do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que o impacto na inflação deve ser pequeno. Além disso, o diretor do BC considerou positivo o fato de o aumento ter se concentrado em um único mês. "O que foi anunciado beneficiou a inflação de longo prazo", afirmou.
As estimativas feitas por analistas de mercado ficam um pouco acima da projeção oficial. Segundo pesquisa feita pelo BC, a alta dos preços, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), deve ficar em 11,35%.
O fato de o BC ter reduzido os juros mesmo admitindo o descumprimento da meta foi entendido como um sinal de que a instituição teria desistido de manter a inflação deste ano em 8,5%. Em geral, sempre que projeta uma inflação acima da meta, o BC sobe os juros para tentar contê-la.
"Sabemos que a meta de 8,5% é ambiciosa, mas não é impossível. Continuaremos tentando atingi-la", afirmou Goldfajn.
Ao mesmo tempo, o diretor do BC afirmou que a instituição "está sempre olhando o futuro", ou seja, está também preocupado com as metas fixadas para a inflação em 2004 e 2005. Nas contas do BC, a inflação do ano que vem deve ficar em 4,2%, abaixo, portanto, dos 5,5% da meta fixada.
Segundo Goldfajn, se o BC fosse calcular uma meta de inflação para os próximos 12 meses -de julho deste ano a junho de 2004-, ela ficaria em 7%. Porém, é esperada, para o período, uma alta dos preços de cerca de 5%, segundo o BC, e de 6,98%, segundo analistas de mercado.


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