|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Banco vê inflação acima da meta para este ano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A inflação deve ficar em 10,2%
neste ano, segundo estimativa feita pelo Banco Central. Apesar de a
projeção superar os 8,5% da meta
fixada pela instituição, o BC se
mostra mais otimista em relação
ao comportamento dos preços
nos próximos meses, sinalizando
que é possível que novas reduções
de juros ocorram.
Na semana passada, o Copom
(Comitê de Política Monetária do
BC) reduziu os juros pela primeira vez no ano. A taxa Selic caiu 0,5
ponto percentual, passando para
26% ao ano. As projeções de inflação são os principais indicadores
considerados na hora de mexer
nos juros.
A estimativa divulgada ontem
considera que os juros vão continuar em 26% ao ano até dezembro, o que faria a economia crescer 1,5% neste ano. Caso os juros
sejam reduzidos para perto de
20% ao ano, a inflação seria de
10,8%, e o crescimento, de 1,8%.
Sobre o reajuste das tarifas de
telefonia decidido na semana passada, o diretor de Política Econômica do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que o impacto na inflação
deve ser pequeno. Além disso, o
diretor do BC considerou positivo
o fato de o aumento ter se concentrado em um único mês. "O que
foi anunciado beneficiou a inflação de longo prazo", afirmou.
As estimativas feitas por analistas de mercado ficam um pouco
acima da projeção oficial. Segundo pesquisa feita pelo BC, a alta
dos preços, medida pelo IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor
Amplo), deve ficar em 11,35%.
O fato de o BC ter reduzido os
juros mesmo admitindo o descumprimento da meta foi entendido como um sinal de que a instituição teria desistido de manter
a inflação deste ano em 8,5%. Em
geral, sempre que projeta uma inflação acima da meta, o BC sobe
os juros para tentar contê-la.
"Sabemos que a meta de 8,5% é
ambiciosa, mas não é impossível.
Continuaremos tentando atingi-la", afirmou Goldfajn.
Ao mesmo tempo, o diretor do
BC afirmou que a instituição "está
sempre olhando o futuro", ou seja, está também preocupado com
as metas fixadas para a inflação
em 2004 e 2005. Nas contas do BC,
a inflação do ano que vem deve ficar em 4,2%, abaixo, portanto,
dos 5,5% da meta fixada.
Segundo Goldfajn, se o BC fosse
calcular uma meta de inflação para os próximos 12 meses -de julho deste ano a junho de 2004-,
ela ficaria em 7%. Porém, é esperada, para o período, uma alta dos
preços de cerca de 5%, segundo o
BC, e de 6,98%, segundo analistas
de mercado.
Texto Anterior: Belluzzo vê estagnação, e Setubal, expansão Próximo Texto: Opinião econômica: Palco da crise Índice
|