São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2008

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BC dos BCs alerta para desaquecimento da economia nos países emergentes

DE GENEBRA

Com o risco de uma recessão nos Estados Unidos mais vivo do que nunca, as economias emergentes também precisam se acostumar com a idéia de um desaquecimento econômico, alerta o relatório do BIS (Banco para Compensações Internacionais).
Embora a perspectiva de expansão dos emergentes continue bem acima da prevista no mundo rico, o contágio da desaceleração pode atingir mesmo os que não dependem de exportações para os Estados Unidos.
Para ilustrar a importância do mercado americano, o BIS lembra que ele é o destino de 20% das importações da China. A redução prolongada da demanda americana poderia desacelerar a China e moderar o ávido apetite chinês por matérias-primas de outros emergentes, como o Brasil.
Os emergentes se dividem em dois grupos, aponta o BIS, cada um com seus desafios. O primeiro, que depende do mercado americano. O segundo, no qual o Brasil se inclui, que pode confiar em seu mercado interno aquecido, mas que por isso mesmo enfrenta pressões inflacionárias.
A preocupação imediata, ressalta o BIS, é a inflação. "Aumentos recentes da inflação levaram vários países emergentes a romper a meta, refletindo o impacto da alta acentuada nos preços de alimentos e petróleo", afirma o relatório. O documento lembra que o Brasil também deve romper o centro da meta (4,5%) até o fim do ano, quando a inflação prevista é de 6%.
Assim como nos países industrializados, observa o relatório, esse avanço dos preços coloca os bancos centrais do mundo emergente em um dilema monetário, pois precisam conter a inflação sem intimidar o crescimento.

Otimismo com cautela
Em geral, o tom é de otimismo cauteloso no relatório do BIS sobre o crescimento dos emergentes. "Embora as projeções continuem robustas para os mercados emergentes para 2008, há riscos de que isso não ocorra", diz o estudo.
Sobre a crise iniciada nos Estados Unidos, o relatório defende a aplicação de regras mais rígidas para a concessão de empréstimos para evitar que se repita o que ocorreu no mercado imobiliário americano.
"Empréstimos de qualidade cada vez mais baixa foram feitos e depois vendidos a ignorantes e gananciosos, os últimos confiando em empréstimos de curto prazo para aumentar seus lucros", critica o relatório. (MN)


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