São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2008

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Votorantim Cimentos investirá R$ 1,5 bilhão

Anúncio é resposta ao governo, afirma empresa

CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Votorantim Cimentos anunciou ontem que irá investir R$ 1,450 bilhão na construção de fábricas e expansão de linhas de produção até 2011. Em agosto de 2007, a empresa já tinha anunciado investimentos de outro R$ 1,7 bilhão.
Com os R$ 3,2 bilhões investidos, a Votorantim terá 26 fábricas em 2011, contra as 17 existentes hoje. Sua capacidade de produção saltará de 25 milhões para 39 milhões de toneladas ao ano, aumento de 60% em três anos.
"Tanto o governo federal quanto alguns estaduais pediram a colaboração da Votorantim. Essa é nossa resposta a eles", afirma Walter Schalka, presidente da Votorantim Cimentos. "O produto não será um limitador à capacidade de crescimento do país."
Segundo Schalka, a empresa teve apoio do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes) e do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), que facilitaram o acesso à infra-estrutura e às autorizações necessárias para o funcionamento das fábricas. Os pedidos de investimentos vieram sobretudo da Casa Civil e da Fazenda.
"Não haverá problema de abastecimento", diz Schalka. "Estamos tomando medidas caras e onerosas, como levar cimento fabricado no Sergipe para Mato Grosso, por exemplo, para garantir a distribuição."
A falta de cimento em algumas regiões aumentou o preço do produto, mas, segundo Schalka, seu valor nominal está abaixo dos praticados em 2003.
"Em algumas cidades, o varejo aumentou margens e levamos a culpa pela alta", diz ele. "No entanto, iremos publicar anúncios com os preços que vendemos para coibir abusos."
De acordo com ele, as principais discussões na Votorantim, na hora de decidir sobre o investimento, giraram em torno de uma possível retração na economia, causada pela inflação. Porém, a empresa resolveu apostar que as vendas crescerão 11% este ano e ao redor de 8% nos próximos três anos. A expectativa é que o mercado brasileiro atinja 65 milhões de toneladas em 2011, contra 49 milhões de toneladas em 2008.
"Somos líderes, com 40% de participação e vamos defender a posição", diz.
Apesar de as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) darem certa garantia da demanda, as perspectivas não são tranqüilas. Sua operação americana está praticamente parada e, no Brasil, o cenário não é tão certeiro.
"Temos nuvens no horizonte, como a inflação dos alimentos e a falta de infra-estrutura."
Porém, na opinião de Schalka, o limitador mais preocupante é a falta de mão-de-obra qualificada. A Votorantim está fazendo parte de um programa que pretende formar 5 milhões de trabalhadores em funções variadas da construção civil.


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