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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Ações tributárias não têm mérito julgado
Na maioria dos julgamentos
sobre crimes tributários no
Brasil, os tribunais não decidem o mérito, ou seja, não absolvem nem condenam os acusados. A conclusão é de pesquisa do Núcleo de Estudos sobre
o Crime e a Pena, da Escola de
Direito de São Paulo da FGV,
com base em 530 acórdãos
emitidos pelos cinco TRFs
(Tribunais Regionais Federais)
e pelo STJ (Superior Tribunal
de Justiça) entre 1990 e 2007.
Segundo a pesquisa, no STJ
chega a 70% o índice de decisões que discutem apenas o
prosseguimento ou a extinção
do procedimento penal. No caso dos TRFs, o índice é 64%.
No STJ, apenas 11,8% das decisões analisam o mérito da
causa, ou seja, se houve ou não
crime e se o acusado deve ou
não ser condenado; nos TRFs,
essa proporção é de 25%.
"A pesquisa comprova que há
uma clara tendência de questionar o prosseguimento da
persecução penal, antes de seu
desfecho em primeira instância", diz a professora Maíra Rocha Machado, uma das coordenadoras da pesquisa.
Quanto ao resultado das decisões, a pesquisa chega a estes
dados: os TRFs decidiram trancar ou suspender o andamento
das ações penais em 32% dos
casos, sendo que em 30% deles
as decisões foram pelo prosseguimento das ações; houve
condenação em 20,6% dos casos e absolvição em pouquíssimos; o STJ decidiu dar prosseguimento às ações em 29,2%
dos casos e trancar ou suspendê-las em quase 40%; houve
condenação em 9,2% das decisões, com absolvições escassas.
"Os resultados fornecem não
apenas um diagnóstico sobre a
atuação dos tribunais brasileiros nesse campo, mas apontam
questões relativas às relações
entre a política fiscal e a política criminal brasileiras, particularmente o modo como o direito penal tem participado das
estratégias arrecadatórias do
Estado nos últimos 15 anos",
diz a professora Marta Rodriguez de Assis Machado, outra
coordenadora da pesquisa.
Pacote não quebra barreiras ao crédito, diz Sebrae
O pacote de medidas
anunciado pelo governo na
segunda, que melhora as
condições de crédito do
BNDES, foi considerado insuficiente para atender às
micro e pequenas empresas
pelo Sebrae-SP.
Segundo Ricardo Tortorella, diretor-superintendente
da entidade, a redução das
taxas de juros resolve apenas
um de três fatores que impedem as empresas de pequeno
porte de contratar crédito.
Os outros dois são a burocracia para aprovação do financiamento e a falta de informação sobre o tema.
Estatísticas do Sebrae-SP
apontam que apenas 30%
dos micro e pequenos empresários utilizam crédito
bancário. E apenas 2% deles
têm cartão do BNDES.
"A realidade é que eles
vendem carro, emprestam
dinheiro com parentes ou fazem qualquer outra coisa
porque desconhecem ou não
têm acesso às linhas", diz
Tortorella.
Segundo ele, o pacote traz
duas boas notícias: haverá
mais recursos para pequenas
empresas e menores taxas.
Não resolve, porém, a questão da restrição ao crédito.
NA NOTA
Só metade das empresas sente alta ou plena confiança na
qualidade das informações fiscais de suas notas ficais eletrônicas, segundo pesquisa feita pela IOB, empresa especializada em informações para áreas contábil e jurídica. O resultado do levantamento, feito com mais de 200 companhias,
mostra que as empresas têm receio de emitir as notas com
algum equívoco, diz Claudio Nina, diretor da IOB. "O receio
de errar é alto por causa da complexidade, porque houve
grande mudança na troca da nota de papel pela eletrônica e
por causa de mudanças na regulamentação."
BLINDADA
O presidente da GM do
Brasil, Jaime Ardila, vai enviar hoje um e-mail ao presidente mundial da GM, Fritz
Henderson, anunciando recorde de venda mensal da
marca no país. As vendas de
junho superam os 55.629
veículos Chevrolet vendidos
em julho de 2008.
AÇO
O IBS já espera uma queda
de 22% no consumo aparente de aço no Brasil neste ano.
A previsão é fechar o ano
com o uso de 18,7 milhões de
toneladas do produto, ante
24 milhões de toneladas em
2008. Os dados serão anunciados no 2º Encontro Nacional da Siderurgia, nos dias
24 e 25 de agosto, em SP.
VISITA
Nizan Guanaes não desistiu de trazer Condoleezza Rice para o seminário internacional no final do ano. Sem
Rice, outra opção poderá ser
Kofi Annan. Um deles será
estrela do Rio Summer. Já estão acertados para esses
eventos campeonatos de vela
e skate e a Disney Parade, que
será realizada em São Paulo e
no Rio.
TURISMO
Luiz Barretto (Turismo) e
Sérgio Nazaré, diretor do BB,
anunciam na abertura do Salão do Turismo a redução da
taxa de juros e a ampliação do
prazo de carência ao financiamento de viagens e pacotes turísticos. Os juros caem
de 2,55% para 1,99% ao mês.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI e MARCOS CÉZARI
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