São Paulo, quarta-feira, 01 de julho de 2009

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Vale anuncia a demissão de até 300 funcionários no país

Companhia afirma que corte faz parte de processo natural de ajuste que acontece todos os meses

DA SUCURSAL DO RIO

Após cortar 1.300 vagas no fim do ano passado, a Vale voltou a demitir ontem, oficializando o desligamento de 200 a 300 funcionários da mineradora no país. A decisão foi anunciada durante reunião com os sindicatos, realizada no Rio.
Ficou acertado que esses empregados terão um abono extra de R$ 870 e mais seis meses de seguro-saúde garantido.
Os sindicatos já esperavam as demissões, vistas como inevitáveis diante da grave crise pela qual passa o mercado global de minério de ferro.
A Vale argumenta que os desligamentos fazem parte de um processo natural de ajuste e renovação da força de trabalho que acontece todos os meses.
O número de demitidos agora, diz a Vale, foi maior porque ficou meses sem fazer cortes devido a acordo com os sindicatos que previa estabilidade de empregos até 31 de maio. Ao fim de maio, ela já havia desligado outros 300 empregados sob a mesma alegação.
A Vale colocou em licença remunerada 1.300 empregados no final de 2008 e concedeu férias coletivas a mais 5.500 pessoas. Segundo a empresa, a maior parte desses trabalhadores já voltou a seus postos.
Terminado o acordo, a Vale diz que foi obrigada a fazer os ajustes, mas nega demissões em massa. A companhia emprega 46,6 mil pessoas no país. São 62 mil em todo o mundo.
Diante da crise sem precedentes na história recente do setor, a Vale foi obrigada a postergar investimentos, cortar a produção de minério de ferro e reduzir a força de trabalho.
É que a produção siderúrgica chegou a cair 50% desde o agravamento da crise, em setembro passado. Com as encomendas em queda, a Vale diminuiu seu plano de investimento de US$ 14 bilhões, anunciado em outubro de 2008, para US$ 11 bilhões, em fevereiro. O mercado espera, porém, que a cifra ainda seja revista para baixo.

Cancelamento
Ontem, a siderúrgica sul-coreana Dongkuk, a terceira maior do país, disse que não vai mais participar de parceria com a Vale para a produção de placas de aço no Ceará, devido ao aumento nos custos do gás.
"É difícil garantir a viabilidade do projeto por causa da drástica mudança no ambiente global de energia e da demanda dos fornecedores de gás natural para aumentar os preços do combustível", afirmou, em nota, a companhia asiática.
Disse ainda que continua valendo o acordo com a Vale para a produção de placas em aço em fornalha movida a carvão.

Com a Bloomberg



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