|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FHC pede globalização solidária
SÍLVIA FREIRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No dia em que o dólar atingiu a cotação mais alta desde o início
do Plano Real, chegando a superar a marca de R$ 3,60, o presidente Fernando Henrique Cardoso criticou a especulação financeira, fez um apelo a uma globalização mais solidária e disse que povos e nações valem mais do que
mercados.
"O mundo tem sofrido consequências de crises e turbulências
geradas pela especulação. Quero
mais uma vez fazer um chamado
à razão e à sensatez. Povos e nações valem mais do que mercados", disse FHC durante discurso
de abertura da Conferência de
Países de Língua Portuguesa no
Palácio do Itamaraty.
Fernando Henrique Cardoso
afirmou também que a especulação e as suas consequências não
irão modificar os rumos da economia do país. "Todos reconhecem os fundamentos sólidos de
uma economia, por exemplo, como a brasileira, e nada abalará
nossa confiança nos rumos traçados", declarou o presidente. Segundo ele, "sem povo e sem nação
não existe mercado".
Segundo o presidente, o governo brasileiro vai continuar lutando contra a volatilidade dos fluxos
de capital. Ele disse que "é hora de
pensar uma nova arquitetura financeira", tema que costuma defender durante discursos em suas
viagens internacionais.
Fernando Henrique disse que,
após dez anos da Conferência
Rio-92, o desenvolvimento sustentável é um conceito hoje consagrado, porém com "eficácia relativa por conta da omissão dos
países mais afluentes [ricos"".
Neste sentido, FHC disse que espera que a Cúpula Mundial de Johannesburgo, que acontecerá no
final deste mês e que irá discutir as
conquistas da Rio-92, apresente
avanços decisivos "para uma globalização mais justa e solidária".
FHC lembrou que, pela primeira vez, a paz está consolidada em
todo o espaço geográfico da comunidade de língua portuguesa e
que este é o momento de pensar
no desenvolvimento dos países
que a integram.
O presidente aproveitou também a abertura da conferência para criticar o protecionismo e as
barreiras impostas às exportações
dos produtos de países em desenvolvimento.
Na cerimônia de abertura da
conferência, Fernando Henrique
Cardoso assumiu a presidência
rotativa da CPLP (Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa),
que reúne oito países.
Em seu discurso, FHC disse que
esta é a terceira presidência que
assume. Além da Presidência da
República, FHC acumula a presidência do Mercosul e agora da
CPLP. "É muita presidência para um pobre marquês", brincou FHC.
Texto Anterior: Negociação com o FMI começa "verde" Próximo Texto: Governo acredita em aval dos EUA Índice
|