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Venezuela dá ajuda para a Argentina pagar dívida
Kirchner recorre a Chávez e ao BIS para quitar US$ 2,6 bi
DE BUENOS AIRES
Para pagar US$ 2,6 bilhões a
credores sem diminuir o nível
de reservas, o governo de Néstor Kirchner recorrerá a um
empréstimo de US$ 700 milhões ao BIS (Banco Internacional de Pagamentos da Basiléia) e contará com a ajuda,
mais uma vez, da Venezuela,
que na sexta-feira comprou
US$ 482 milhões em títulos da
dívida argentina.
O pedido de reforço ao BIS
foi noticiado na edição de ontem do jornal argentino "El
Cronista" e era dado como certo por analistas do mercado,
mas até o final desta edição não
havia sido confirmado pelo Ministério da Economia.
Na quinta-feira, o governo
deverá pagar cotas de amortização e juros aos detentores
dos títulos Boden 2012 e Boden
2007, num total de quase US$
2,6 bilhões. É o principal compromisso financeiro da Argentina neste ano.
Para Hernán Fardi, analista
da consultoria Maxinver, o objetivo do governo com o empréstimo do BIS é pagar o montante sem mexer nas reservas.
Assim, o Banco Central não será obrigado a comprar mais dólares no mercado para recompô-las e evitará emitir mais
moeda -com efeito também
nas expectativas inflacionárias.
As reservas argentinas alcançam hoje cerca de US$ 26 bilhões -no começo do ano, estiveram em US$ 19 bilhões, logo
depois que o governo decidiu
pagar sua dívida total com o
FMI (Fundo Monetário Internacional). Desde então, o BC
local tem comprado dólares,
parte da política cambial e do
objetivo de terminar o ano com
mais reservas do que em 2005.
"Causa surpresa que o governo tenha preferido fazer o empréstimo ao BIS, e não colocar
mais títulos no mercado, já que
as últimas emissões foram exitosas", afirma Fardi.
Para o analista, a nova compra de títulos Boden 2012 pela
Venezuela na sexta-feira também mostra que o governo prefere contar com a "segurança"
de negociar com o parceiro estratégico Hugo Chávez a vender mais papéis no mercado.
Caracas já adquiriu US$ 3,7 bilhões desde o ano passado de
bônus argentinos -parte deles
foi revendido a bancos venezuelanos.
(FLÁVIA MARREIRO)
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