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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
"BC não pode ser biruta de aeroporto", diz economista
O tom mais duro da ata do
Copom divulgada ontem levou
os analistas de mercado a apostarem que o Banco Central vai
manter, nas próximas reuniões, o ritmo mais forte de alta
das taxas de juros.
A maior parte das apostas é
que o juro subirá de novo 0,75
ponto percentual na próxima
reunião, em 10 de setembro. As
projeções são que a Selic encerre este ano perto de 15%.
Apesar do endurecimento do
Banco Central, o ritmo de alta
da inflação começa a dar sinais
de queda acentuada já no mês
de agosto, inclusive os índices
de preços no atacado agrícola,
que foram os principais responsáveis pela alta da inflação
nos últimos meses.
Os índices de preços no varejo, que não tinham subido tanto, também devem refletir essa
mesma tendência.
Pelas contas do economista
Luiz Roberto de Azevedo Cunha, da PUC do Rio, o IGP-M de
agosto já pode cair para alguma
coisa como 0,6% ou 0,7%, o que
seria uma queda significativa se
for levado em conta que o índice tinha registrado 1,98% em
junho e 1,76% em julho.
Já o IPCA, que é o índice oficial de inflação, deve baixar de
0,74% para 0,4%.
Apesar dessa queda acentuada da inflação, o economista
não acredita que isso mude a
tendência de o Banco Central
manter, na próximas reuniões
do Copom, essa posição mais
dura no ritmo da alta dos juros,
até porque, como fica claro na
ata, a preocupação da autoridade monetária é com 2009, e não
com o curto prazo. Para o ano
que vem, ainda há muitas pressões inflacionárias.
Além disso, Luiz Roberto de
Azevedo Cunha chama a atenção para o fato de que o Banco
Central não pode ficar mudando de estratégia a toda hora. Já
houve uma alteração de rota,
quando o BC aumentou o ritmo
de alta do juro de 0,5 para 0,75
ponto, e, agora, fica difícil um
novo recuo, a não ser que a queda da inflação seja ainda mais
acentuada.
"O Banco Central não pode
ser biruta de aeroporto, que
reage ao sabor dos ventos", afirma Luiz Roberto de Azevedo
Cunha.
DE CALÇAS CURTAS
Em Manhattan, segundo o "New York Times", executivos começam a usar shorts não só em razão do calor mas porque querem usar peças cada vez mais estilosas, mesmo no trabalho; nos escritórios, o short ganha adeptos: uma agência de publicidade em Salt Lake City lançou uma "política das calças curtas" e decidiu que não é mais preciso usar calças no escritório
Baixa renda sente inflação mais forte no Rio, afirma Fecomercio
A população de baixa renda
da região metropolitana do Rio
de Janeiro sentiu a inflação
mais forte em junho do que as
demais classes sociais. É o que
mostra a sondagem da Fecomercio-RJ sobre o índice de
sensação de inflação.
Para pessoas com faixa de
renda de até dois salários mínimos, o índice foi de 38,62. Já
para aquelas com renda acima
de 20 salários, de 31,47. Para o
responsável pela pesquisa,
João Carlos Gomes, a diferença
se explica pela alta no preço dos
alimentos, que atinge mais as
famílias de baixa renda.
Apesar da diferença de percepção entra as classes sociais,
o índice de sensação de inflação
subiu para pessoas de todas as
faixas de renda na comparação
com junho de 2007. Segundo
Gomes, o resultado representa
uma percepção de gasto maior
para comprar um volume menor de produtos.
ESFORÇO FISCAL
Guido Mantega (Fazenda)
participa hoje de encontro
fechado com empresários na
sede da Abdib, em São Paulo.
Em sua apresentação, ele vai
enfatizar o esforço fiscal
neste primeiro semestre como parte da política do governo de combate à inflação.
Mantega vai mostrar que a
economia feita pelo setor
público foi a maior desde
1991, quando começou a se
calcular essa nova série. O
superávit primário do setor
público consolidado foi de
6,19% no primeiro semestre,
e o do governo central, de
4,36%. O déficit nominal de
0,14% do setor público também foi o melhor resultado.
Com isso, Mantega pretende
dar uma resposta às críticas
de que todo o trabalho da
política antiinflacionária está a cargo do Banco Central.
NETUNO
A Petrobras investiu R$
5,8 milhões em um supercomputador para a realização de pesquisas na área de
oceanografia e geofísica na
UFRJ. Desenvolvido pela TI
Cimcorp e batizado de Netuno, o computador é o primeiro de seis unidades que a
Petrobras pretende instalar
em universidades brasileiras. O orçamento para os
próximos computadores é
calculado em R$ 24 milhões.
CIRANDA
Synésio Batista da Costa
foi eleito presidente da Fundação Abrinq. Costa já presidia a associação dos fabricantes e agora assume a fundação do setor.
com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e MARINA GAZZONI
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