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VIZINHO EM CRISE
Diretor não garante neutralidade do fundo nas negociações
Visita não altera crise FMI-Argentina
CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES
A vista do diretor-geral do FMI
(Fundo Monetário Internacional), o espanhol Rodrigo Rato,
não alterou a situação da Argentina com o Fundo. Ele não só não
garantiu a neutralidade da instituição durante a renegociação da
dívida argentina, como queria o
governo, como voltou a pedir que
a Argentina melhore a oferta feita
aos credores privados e aumente
o superávit fiscal. Pedidos que o
presidente Néstor Kirchner teria
recusado, segundo a imprensa argentina.
O diretor do organismo de crédito também não deu garantias de
que o FMI poderá refinanciar US$
1 bilhão em juros que a Argentina
deveria pagar em setembro. O assunto, segundo Rato, ainda será
tratado em Washington
Rato insistiu em que a Argentina deveria cumprir um superávit
fiscal de 4% e 5% do PIB (Produto
Interno Bruto) em 2005 e 2006,
respectivamente. Neste ano, o
compromisso argentino com o
Fundo é de superávit fiscal de 3%,
mas o país vem batendo recordes
de arrecadação, e a projeção de
superávit para o ano já é de 4%, o
que vem tem levado o FMI a aumentar as pressões para que a Argentina comprometa uma fatia
maior do Orçamento para pagar
as dívidas. A dívida pública da Argentina com credores privados
soma US$ 104 bilhões (até julho),
mas o governo oferece pagar 25%
desse valor.
Apesar de o Ministério da Economia ter suspendido o atual
acordo de US$ 13,8 bilhões com o
Fundo até o ano que vem, o que
em teoria livraria a Argentina de
cumprir as exigências com a instituição, o país deve US$ 2,4 bilhões
ao organismo de crédito e não
quer que as exigências do FMI interfiram nas negociações com os
credores. Desses US$ 2,4 bilhões,
a Argentina quer refinanciar US$
1 bilhão.
Em coletiva depois de se reunir
com Kirchner e o ministro da
Economia, Roberto Lavagna, o
diretor-gerente insinuou que as
decisões do Fundo sobre os pedidos do governo estarão condicionadas ao cumprimento das exigências da instituição.
"Nossas decisões serão tomadas
no âmbito das decisões de política
econômica que a Argentina tem
que tomar nos próximos dias e no
âmbito das boas relações que a
Argentina tem com o FMI", disse
Rato. Segundo o espanhol, para
que a Argentina "alcance um
crescimento sustentável e reduza
a pobreza, terá que concluir uma
reestruturação da dívida concreta
e sustentável e ter uma política fiscal sólida".
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