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Bolsa de SP avança 3,37% e zera as perdas em agosto
Ibovespa chegou a acumular queda de 11,4% no mês passado; no ano, ganho é de 22,85%
Índice encerra agosto em alta de 0,84%, mas, desde o
início da crise nos mercados, em 24 de julho, ainda
apresenta queda de 5,9%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A sexta-feira foi de forte recuperação no mercado financeiro. A Bolsa de Valores de São
Paulo foi uma das que mais se
apreciaram no mundo: subiu
3,37% e encerrou o mês de
agosto com alta de 0,84% -no
pior momento do mês, chegou
a ter perda acumulada de 11,4%.
O dia começou com os investidores atentos à fala do presidente do Fed (o banco central
dos EUA), Ben Bernanke. Em
conferência sobre a economia
do país, promovida pelo Fed regional de Kansas City, Bernanke voltou a afirmar que a autoridade monetária fará o que estiver a seu alcance para evitar
que a crise hipotecária afete a
economia real.
Mas o que mais animou os
mercados foram as declarações
do presidente dos EUA, George
W. Bush, que falou sobre a crise
imobiliária e anunciou medidas para ajudar as pessoas com
hipotecas atrasadas.
Em Wall Street, o índice Dow
Jones subiu 0,90%. A Bolsa eletrônica Nasdaq teve apreciação
de 1,45%.
Em Londres, a Bolsa se valorizou em 1,47%. No mercado
acionário de Frankfurt, os ganhos foram de 1,57%.
Os dados referentes ao PCE
(gastos do consumidor americano) divulgados ontem colaboraram para a recuperação do
ânimo dos investidores. O núcleo do indicador, que exclui
variações de itens voláteis, como alimentação e energia, subiu apenas 0,1% em julho. Dessa forma, o PCE ficou acumulado em 1,9% em 12 meses, dentro do que o Fed considera uma
zona de conforto.
A melhora do mercado foi
sentida também na procura de
títulos da dívida brasileira no
mercado internacional. Assim,
o risco-país encerrou a semana
abaixo dos 200 pontos, o que
não ocorria desde o dia 14. Com
queda de 5,34% ontem, o risco
terminou a 195 pontos.
Com o mercado menos tenso
em relação aos desdobramentos da crise que afeta o segmento de crédito habitacional de alto risco nos EUA há 40 dias, a
Bovespa encontrou espaço para se recuperar e encerrar a semana com valorização acumulada de 3,09%.
A movimentação financeira
da Bolsa paulista ontem mostrou que o apetite dos investidores aumentou. Foram girados R$ 6,03 bilhões, enquanto a
média diária do ano gira em
torno de R$ 4,5 bilhões.
O índice Ibovespa, o mais relevante do acionário mercado
brasileiro, fechou ontem aos
54.637 pontos.
"Com as possíveis ajudas do
governo americano ao mercado
hipotecário, via refinanciamento de alguns devedores, o
mês de setembro começa aparentemente melhor. As fortes
altas recentes recomendam alguma cautela, assim como as
incertezas ainda presentes",
afirma Júlio Martins, diretor
da Prosper Gestão de Recursos.
No ano, os ganhos da Bolsa
paulista subiram para 22,85%.
Desde o começo da crise, no dia
24 de julho, a Bovespa ainda está no vermelho, com desvalorização de 5,9%.
Na semana, houve 42 altas
entre as 60 ações que formam o
índice Ibovespa.
Os setores que mais se destacaram na semana foram os de
telecomunicações e siderurgia.
No topo das altas apareceu a
ação ON (ordinária) da Telemar, com elevação de 8,13%. No
setor, a ação preferencial da Vivo também se destacou, com alta de 7,13%.
Na próxima semana, apesar
dos feriados -segunda-feira
nos Estados Unidos e sexta-feira no Brasil-, haverá importantes eventos que podem mexer com o mercado. Para o Brasil, o mais relevante será a decisão do Copom, na quarta-feira.
Como mostram as projeções
dos juros na BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros), o
mercado espera que a Selic seja
cortada de 11,5% para 11,25%.
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