São Paulo, sábado, 01 de setembro de 2007

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Bolsa de SP avança 3,37% e zera as perdas em agosto

Ibovespa chegou a acumular queda de 11,4% no mês passado; no ano, ganho é de 22,85%

Índice encerra agosto em alta de 0,84%, mas, desde o início da crise nos mercados, em 24 de julho, ainda apresenta queda de 5,9%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A sexta-feira foi de forte recuperação no mercado financeiro. A Bolsa de Valores de São Paulo foi uma das que mais se apreciaram no mundo: subiu 3,37% e encerrou o mês de agosto com alta de 0,84% -no pior momento do mês, chegou a ter perda acumulada de 11,4%.
O dia começou com os investidores atentos à fala do presidente do Fed (o banco central dos EUA), Ben Bernanke. Em conferência sobre a economia do país, promovida pelo Fed regional de Kansas City, Bernanke voltou a afirmar que a autoridade monetária fará o que estiver a seu alcance para evitar que a crise hipotecária afete a economia real.
Mas o que mais animou os mercados foram as declarações do presidente dos EUA, George W. Bush, que falou sobre a crise imobiliária e anunciou medidas para ajudar as pessoas com hipotecas atrasadas.
Em Wall Street, o índice Dow Jones subiu 0,90%. A Bolsa eletrônica Nasdaq teve apreciação de 1,45%.
Em Londres, a Bolsa se valorizou em 1,47%. No mercado acionário de Frankfurt, os ganhos foram de 1,57%.
Os dados referentes ao PCE (gastos do consumidor americano) divulgados ontem colaboraram para a recuperação do ânimo dos investidores. O núcleo do indicador, que exclui variações de itens voláteis, como alimentação e energia, subiu apenas 0,1% em julho. Dessa forma, o PCE ficou acumulado em 1,9% em 12 meses, dentro do que o Fed considera uma zona de conforto.
A melhora do mercado foi sentida também na procura de títulos da dívida brasileira no mercado internacional. Assim, o risco-país encerrou a semana abaixo dos 200 pontos, o que não ocorria desde o dia 14. Com queda de 5,34% ontem, o risco terminou a 195 pontos.
Com o mercado menos tenso em relação aos desdobramentos da crise que afeta o segmento de crédito habitacional de alto risco nos EUA há 40 dias, a Bovespa encontrou espaço para se recuperar e encerrar a semana com valorização acumulada de 3,09%.
A movimentação financeira da Bolsa paulista ontem mostrou que o apetite dos investidores aumentou. Foram girados R$ 6,03 bilhões, enquanto a média diária do ano gira em torno de R$ 4,5 bilhões.
O índice Ibovespa, o mais relevante do acionário mercado brasileiro, fechou ontem aos 54.637 pontos.
"Com as possíveis ajudas do governo americano ao mercado hipotecário, via refinanciamento de alguns devedores, o mês de setembro começa aparentemente melhor. As fortes altas recentes recomendam alguma cautela, assim como as incertezas ainda presentes", afirma Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
No ano, os ganhos da Bolsa paulista subiram para 22,85%. Desde o começo da crise, no dia 24 de julho, a Bovespa ainda está no vermelho, com desvalorização de 5,9%.
Na semana, houve 42 altas entre as 60 ações que formam o índice Ibovespa.
Os setores que mais se destacaram na semana foram os de telecomunicações e siderurgia.
No topo das altas apareceu a ação ON (ordinária) da Telemar, com elevação de 8,13%. No setor, a ação preferencial da Vivo também se destacou, com alta de 7,13%.
Na próxima semana, apesar dos feriados -segunda-feira nos Estados Unidos e sexta-feira no Brasil-, haverá importantes eventos que podem mexer com o mercado. Para o Brasil, o mais relevante será a decisão do Copom, na quarta-feira.
Como mostram as projeções dos juros na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), o mercado espera que a Selic seja cortada de 11,5% para 11,25%.


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