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POLÍTICA MONETÁRIA
Copom decide alteração hoje; taxa na BM&F e resultado de leilão indicam aposta no recuo
Mercado dá sinal de queda dos juros
MARCELO DIEGO
da Reportagem Local
O comportamento do mercado
futuro e o resultado do leilão de títulos públicos prefixados indicam
uma aposta na redução dos juros
na reunião de hoje do Copom
(Comitê de Política Monetária).
O Copom, formado por diretores do Banco Central, irá decidir,
em Brasília, se corta, eleva ou
mantém os juros de mercado (Selic), que estão em 19,5% ao ano.
Os sinais, ontem, indicavam para um corte. A aposta de analistas
é que, se houver redução, será de
até 0,50 ponto percentual.
A manutenção da taxa não está
descartada. O BC avisou que irá
usar a reunião extraordinária do
dia 22 para voltar a discutir juros.
Assim, uma queda poderia ser
adiada, enquanto o BC espera
uma melhora no cenário interno.
A divulgação do Orçamento para o ano 2000, ontem, jogou uma
nova luz sobre as análises. O governo trabalhou com juros médios de 13,4% ao ano para fazer
suas contas -numa demonstração de que pretende manter a política de cortes.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os juros de setembro (contratos que vencem no
mês que vem) caíram 1,49%. A taxa projetada ficou em 19,82%.
Para termos de comparação, a
mesma taxa chegou a 22,46% em
agosto. A projeção de ontem foi a
menor do ano para setembro.
Apesar de ainda estarem 0,32
ponto percentual acima dos juros
de mercado, os juros futuros costumam pagar um prêmio de 1,0
ponto em média.
"A situação está um pouco mais
tranquila, mas o governo deve optar por uma mexida política, não
técnica. Não é abaixando os juros
de 19,5% que os problemas serão
resolvidos, mas vai ajudar no cenário político", disse Joaquim
Paulo Kokudai, diretor de renda
fixa do Lloyds Bank.
O Tesouro vendeu seu lote de
R$ 2,5 bilhões de LTNs (Letras do
Tesouro Nacional), com vencimento em 84 dias, com juros médios de 21,95%. Apesar de ter o
mesmo prazo dos papéis leiloados na semana passada, os investidores pediram 1,61% a menos de
juros. O ambiente, propício à queda da taxa, impediu que fossem
pedidos juros maiores.
"O cenário está um pouco mais
calmo", disse Eduardo Novo, diretor da Santos Asset Management. "O Fed (banco central dos
EUA) aumentou os juros dentro
do esperado, e a flutuação do dólar não está causando inflação. Os
repiques inflacionários têm sido
causados pelos aumentos de tarifa", explicou, argumentando que,
como a inflação está controlada,
há espaço para uma queda dos juros para 19% ao ano.
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