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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Mercado de debêntures reage, mas não retoma nível pré-crise
O mercado de debêntures começa a se recuperar, porém, as
condições ainda não são as
mesmas de antes da crise.
Emissões primárias têm se
caracterizado nos últimos meses por prazo menor e "spread"
maior do que se tinha até setembro passado, segundo estudo do BNDES.
O prazo total médio das novas emissões passou de seis
anos, em 2008, para menos de
quatro anos, em 2009. O estudo
exclui empresas de leasing.
Entre agosto e setembro, o
valor das emissões chegou a
R$ 15 bilhões, no acumulado
deste ano. Até julho, o volume
era de R$ 8 bilhões.
"Essa retomada recente
ocorre apesar de as condições
de mercado não terem se restabelecido totalmente", diz André Albuquerque Sant'Anna,
um dos autores do estudo.
"Se isso se deu antes da volta
à normalidade do mercado, há
indício de que a retomada ao
patamar pré-crise deve ocorrer
nos próximos meses ou anos",
diz Marcelo Nascimento, outro
autor da pesquisa.
Algumas empresas foram
bem atingidas pela desvalorização cambial no final de 2008, o
que explica boa parte da escalada do "spread". Como o pânico
em torno das empresas já passou, o diferencial pago pelos títulos privados em relação aos
públicos começa a recuar ao patamar histórico, diz. Com a crise, as emissões praticamente
secaram e o valor das debêntures caiu de R$ 14,5 bilhões, em
2007, para R$ 6,2 bilhões, no
ano passado. Em 2006, registrou-se o maior volume financeiro de debêntures dos últimos anos, R$ 28 bilhões, graças
à uma grande emissão da Vale.
As empresas que mais têm
captado recursos via debêntures são dos setores de infraestrutura, sobretudo de energia
elétrica, da construção e de telecomunicações.
NAVEGAR É PRECISO
O mercado brasileiro de cruzeiros marítimos projeta expandir sua capacidade de contratação nos próximos anos,
segundo Ricardo Amaral, presidente da Abremar (associação de empresas marítimas). Na última temporada, de novembro de 2008 a abril deste ano, foram gerados 2.810
empregos a bordo. Para a temporada de outubro de 2009
a maio de 2010 devem ser criadas 4.000 vagas. Infraestrutura e legislação ainda são entraves ao setor, segundo
Amaral. "Cruzeiro ainda é novidade no pais. Um bom passo seria um marco regulatório. Algumas questões tributárias poderiam dar estabilidade legal necessária para atrair
mais investimentos." Amaral diz que em Santos dois berços de atracação para os cruzeiros em frente ao terminal é
pouco. "Já chegamos a ter nove navios parando em Santos, que foram distribuídos pelo cais do porto. Isso incomoda o turista que precisa se deslocar de ônibus."
Renda exigida para compra registra queda
A renda mínima exigida
para a aquisição de bens no
crediário caiu quase 40% nos
últimos sete anos para os
consumidores das classes C e
D, segundo estudo que a Fecomercio SP divulgará hoje.
A queda se deve à redução
dos juros e à extensão dos
prazos, segundo Fabio Pina,
economista da Fecomercio.
"Hoje vemos que um salário
menor pode comprar coisas
mais caras, pois o juro caiu e
o número de parcelas aumentou. Com isso, as parcelas ficaram mais baixas, permitindo a redução da renda
mínima exigida."
A entidade usa o exemplo
de um bem de R$ 5.000 que,
para ser adquirido em 2002,
exigia que seu comprador tivesse um salário de R$ 2.134,
para que pagasse em dez
prestações de R$ 640.
O juro caiu para 3,32% ao
mês em 2009 contra 4,77%
em 2002. O prazo médio para pagamento nos últimos
sete anos se estendeu de 10
meses para 16 meses.
Para consumir o mesmo
bem de R$ 5.000 hoje, o consumidor precisa ter um salário de R$ 1.360, ou seja, quase R$ 800 menor que a renda
exigida em 2002. As prestações caíram para R$ 408, em
16 parcelas.
PORTA ABERTA
A consultoria Cuac (Canadian Univesity Application Centre), que representa oito universidades
canadenses, abriu uma filial no Brasil. A representante da Cuac no Brasil,
Rosi Vieira, diz que as
instituições querem ampliar a presença de brasileiros nos campi, principalmente nos cursos de
mestrado e especialização, porque o país ganhou
importância no cenário
externo. Hoje menos de
200 brasileiros se matriculam em universidades
canadenses por ano, diz
Vieira. "Nosso foco são
profissionais qualificados,
principalmente executivos, que buscam formação
no exterior."
EM PORTUGUÊS
O executivo Miguel Horta
e Costa, vice-presidente do
banco Espírito Santo de Investimento e ex-presidente
mundial da Portugal Telecom, assume hoje a presidência da Fundação Luso-Brasileira. A entidade atua
na aproximação de países
que falam português.
NA ROTA
A visita de executivos estrangeiros ao Brasil está cada vez mais frequente. O presidente mundial da Ogilvy,
Miles Young, virá ao país pela segunda vez neste ano nos
dias 8 e 9. Já Boyd F. Jordan,
da Reinhart FoodService,
desembarcou no Brasil nesta
semana pela primeira vez.
SABOR
A rede Bob's fechou parceria com a Nestlé para vender
sobremesas com o sabor e a
marca do chocolate Prestígio
a partir de hoje. O lançamento faz parte da estratégia da
rede para ampliar as vendas.
De janeiro a agosto, a rede
vendeu 7,2% mais que no
mesmo período de 2008.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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