da Reportagem Local

A alta de preços dos produtos típicos de Natal não terá grande impacto nos índices de inflação, na análise de Heron do Carmo, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe.
Dezembro, diz ele, é tradicionalmente um mês de inflação baixa, pois os efeitos da entressafra -quando os preços sobem porque os produtos são mais escassos- já estão superados.
"Os produtos de Natal não têm grande peso na inflação", afirma Heron. Para ele, o impacto da alta do dólar sobre os preços já mostrou ao longo deste ano que é menor do que se previa.
"Muita gente achou que a inflação ia bater em 30% ao ano com o dólar cotado a R$ 1,75. Isso não aconteceu."
A situação do país, na sua análise, é muito melhor do que nos dois últimos finais de ano, marcados pelas crises asiática, em 97, e russa, em 98.
"Os juros estão caindo, há mais dinheiro para financiamento, algumas categorias de trabalhadores estão conseguindo aumento de salário e a perspectiva é de crescimento econômico."
A preocupação da indústria e do comércio neste final de ano, diz Heron, é vender e não colocar preço no alto.
Fábio Silveira, economista da Tendências, acredita, por outro lado, que é inevitável o impacto na inflação da alta do dólar e, como consequência, o aumento de preços dos importados e dos produtos que levam insumos estrangeiros.
"O comércio vai ter espaço para reajustar os preços por causa do crescimento sazonal do consumo no final do ano."
Segundo ele, as empresas não estão dispostas a absorver integralmente os aumentos de preços de quase 50% do papel e do papelão, de 57% das embalagens plásticas e de 42% da farinha de trigo, de janeiro a setembro deste ano.
Os reajustes de preços, diz, vão ocorrer sobretudo naqueles produtos que têm mercado cativo no exterior. Com a opção de vender a mercadoria lá fora, a empresa tem mais força para conseguir reajustar os preços aqui dentro. (FF)


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