Aumentar a oferta é o desafio, diz Meirelles

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou, em conversa rápida com a Folha, que o grande desafio do governo, agora, "não está na expansão mais acelerada da demanda agregada, e sim numa taxa maior de crescimento da oferta".
Ou seja, o consumo já está em alta, e o que é preciso agora é aumentar o investimento. Nesse contexto, Meirelles se alinha à bandeira defendida por Lula, em sua campanha, de que a prioridade do governo, no segundo mandato, será o desenvolvimento.
Segundo Meirelles, "a queda da inflação gerou um aumento do poder de compra dos trabalhadores que está se refletindo nesse aumento de consumo". Ele cita o exemplo das vendas do varejo, que crescem na casa de 5% ao ano.
Meirelles diz que esse aumento do padrão de vida da sociedade, proporcionado em grande parte pela queda da inflação, contribuiu para o resultado das eleições. "Além dos efeitos na melhora do padrão de vida da população e suas conseqüências eleitorais, o aumento do emprego e da renda está impulsionando a demanda agregada a crescer a taxas superiores à oferta doméstica."
Meirelles preferiu não atribuir à política do Banco Central essa melhora no padrão de vida da sociedade, mas o raciocínio está implícito. Também não comentou sobre sucessão no BC, mas sabe-se que são cada vez mais fortes as chances de ele permanecer no cargo, apesar das pressões contrárias.
Não seria a primeira vez que ele sobreviveria a ataques como esse. Apesar de sua saída ter sido cogitada outras vezes, ele acabou se tornando o mais longevo presidente do BC dos últimos 20 anos.
Lula chegou à conclusão de que Meirelles poderia permanecer, mas desde que o BC não interrompesse o processo de queda dos juros. Lula quer taxas maiores de crescimento. Ao dizer que o grande desafio é a oferta, Meirelles está defendendo a mesma tese de Lula.
Meirelles também não fala sobre eventuais mudanças na diretoria, mas, dentro do governo, essa hipótese não está afastada. O principal alvo é Afonso Beviláqua, cuja saída é dada como certa.

Portal faz parceria com a Fecomercio para certificação
O Comprova.com, site de comprovação legal de transações eletrônicas e certificação digital, comemora seu terceiro aniversário com uma base de clientes de 100 mil usuários, cerca de 4.000 transações por dia e uma novidade: parceria fechada com a Fecomercio SP. A partir deste mês, associados da federação terão acesso aos seus serviços -o que inclui também nota fiscal digital. "Em 2007, esperamos "atacar" o varejo, pessoa física e pequena e média empresas, uma vez que já temos referência das grandes, que já são usuárias", diz o diretor-presidente Marcos Nader.

MERCADO DE CAPITAIS
Roberto Teixeira da Costa lança, na próxima segunda, o livro "Mercado de Capitais. Uma Trajetória de 50 Anos" (Imprensa Oficial do Estado). O autor, que em agosto completou 50 anos de trabalho, descreve a evolução do mercado de capitais durante esse período. O livro faz uma retrospectiva de como o Brasil construiu um mercado de capitais, desde o trabalho de venda de ações de porta em porta até o mercado mobiliário atual, integrado mundialmente.

NO CHÃO
A NS Brazil, que produz pisos industriais de tecnologia, acaba de investir cerca de R$ 1 milhão na construção de um show-room e uma fábrica de 2.000 m2. Os espaços darão suporte à produção e à venda de um novo cimento. Depois de um ano e meio de pesquisa para elaborar o Tecnocimento -um piso de espessura fina-, a empresa começou a dar cursos de capacitação de mão-de-obra para o uso do material. "Em 2007, o faturamento deve chegar a R$ 1 milhão por mês", diz o presidente Nilton Carvalho. Com 11 anos, a empresa tem clientes como Petrobras, Basf e Natura.

ALÉM MAR
O Mattos Filho Advogados acaba de fechar parceria com o escritório Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva e Associados, de Portugal, para prestação de serviços nas áreas de mercado de capitais e societário.

BALÃO MÁGICO
Para o lançamento de um projeto imobiliário na Riviera de São Lourenço, no litoral paulista, a agência Eugênio dará um passeio de balão a potenciais clientes. A idéia é levá-los à altura do apartamento que vão comprar.

ESCLARECIMENTO
A Fábrica Comunicação Dirigida nega os rumores de sua venda para o grupo Ypy, de Nizan Guanaes. A empresa diz que não há intenção de venda por parte dos atuais sócios e nenhum acordo foi feito nesse sentido. As negociações entre os dois, porém, seguem bem avançadas.

HOSPEDAGEM
A Luxor Hotéis acaba de fechar acordo de cessão de marca com o hotel Pergamon, em São Paulo.

REESTRUTURAÇÃO
Sem fazer alarde, o laboratório americano Merck Sharp & Dohme trocou o comando de sua operação no Brasil. Tadeu Alves, que presidia a empresa, assumiu o comando da divisão da América Latina do laboratório. O seu posto no país foi ocupado pelo porto-riquenho Oscar Ferenczi, que estava na unidade do Peru. A mudança ocorre no bojo de uma grande reestruturação que a empresa está sofrendo. O laboratório irá adotar o sistema de franquias das operações.


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