São Paulo, quarta-feira, 01 de novembro de 2006

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Bovespa lidera aplicações no mês, com alta de 7,7%

Dólar termina na lanterna, com recuo de 1,34% em outubro, vendido a R$ 2,14

No ano, Bolsa registra alta de 17,36%; em 2002, até outubro, a Bovespa tinha perdas acumuladas de 25%, devido à tensão eleitoral

DA REPORTAGEM LOCAL

O mês de outubro foi bastante positivo para o mercado acionário brasileiro. A Bolsa de Valores de São Paulo registrou valorização de 7,72% no mês, tornando-se a melhor opção de investimento do período.
Na outra ponta, apareceu o dólar, que terminou outubro com baixa acumulada de 1,34%, vendido a R$ 2,142.
No ano, esse resultado se repete: a Bovespa lidera com valorização acumulada de 17,36%, e o dólar aparece como a pior aplicação, com uma queda de 7,87%.
O cenário é bem diferente do experimentado pelo investidor em 2002, ano da eleição presidencial que levou Lula pela primeira vez à Presidência.
Em outubro de 2002 a Bolsa paulista entrava em um período de recuperação. Naquele mês, subiu 18%. Mas no acumulado de 2002, até outubro, a queda do Ibovespa -o principal índice da Bolsa- chegava a 25%.
No caso do dólar, a valorização entre janeiro e outubro de 2002 ficou em 56%. A moeda norte-americana chegou a bater nos R$ 4 naquele ano, por conta das turbulências geradas pelo processo eleitoral.
Com a continuidade da queda da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75%, os investidores estão encontrando maiores obstáculos para lucrarem com as aplicações de renda fixa. Com esse cenário somado à recuperação da Bovespa, crescem as possibilidades de os investidores começarem a ter mais interesse pelo mercado acionário.
Os fundos DI renderam na média 1,16% no mês passado. O CDB (Certificado de Depósito Bancário) chegou a pagar taxa de 1,10% em outubro.
A caderneta de poupança rendeu 0,69% no período.
Para o administrador de investimentos Fábio Colombo, "os fundos DI, apesar das contínuas reduções dos juros dos últimos meses, continuam a proporcionar excelente juro real bruto, sendo a opção mais rentável e segura no momento".
Com exceção do dólar, as aplicações não encontraram obstáculos para bater a inflação no mês. O IGP-M registrou alta de 0,47% em outubro. No ano, o indicador de preços registra elevação de 2,73%.
No mês passado, o mercado acionário brasileiro voltou a receber recursos externos. E isso foi fundamental para a Bovespa registrar valorização no período. Entre maio e agosto, a Bolsa perdeu líquidos R$ 5,6 bilhões em capital externo.
As compras de ações feitas na Bolsa pelos investidores estrangeiros em outubro, até o dia 26, superavam as vendas em R$ 1,39 bilhão.
Com a parada da elevação dos juros americanos e o entendimento do mercado de que a taxa básica dos EUA poderia até vir a ser reduzida ainda em 2006, os investidores voltaram a aplicar em ações brasileiras.
"Neste mês, as atenções continuarão voltadas à economia norte-americana, principal fator de influência dos mercados, por meio dos seus indicadores de crescimento e inflação", afirma Colombo.

Dia tranqüilo
No último dia do mês, o mercado doméstico operou com tranqüilidade. A Bovespa terminou o pregão de ontem em alta de 0,93%. O dólar recuou 0,37%, a R$ 2,142.
Hoje o mercado acompanhará o discurso do presidente do Fed (o banco central norte-americano), Ben Bernanke. Os investidores esperam que Bernanke fale sobre o desaquecimento econômico dos Estados Unidos. (FV)


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