São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2008

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Bolsa recua 0,5% e dólar sobe 2,6%, para R$ 2,16

Após os ganhos acumulados durante a semana, investidores vendem as ações

Moeda americana fecha a semana com queda de 7,2%; ações do setor bancário e de commodities são os destaques de baixa no dia

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa ensaiou uma recuperação no último pregão de outubro, mas patinou e encerrou o dia com baixa de 0,51%.
Com isso, a queda acumulada pela Bolsa de Valores de São Paulo no mês ficou em 24,8%, sendo uma das maiores perdas registradas no mundo no período. Em seu quinto mês seguido de baixa, a Bovespa registra depreciação de 41,68% no ano.
O dólar conseguiu se fortalecer ontem, ao encerrar as operações vendido a R$ 2,16, em alta de 2,61%. Todavia, a semana foi de depreciação para a moeda norte-americana, que recuou 7,18% diante do real.
Os mercados acionários encerraram em alta na Europa e nos EUA. A Bovespa, que chegou a se apreciar 1,33% no melhor momento do dia, não conseguiu se manter em terreno positivo. Com os ganhos acumulados na semana, os investidores preferiram embolsar lucros, o que levou o índice Ibovespa ao vermelho no dia.
Os 37.256 pontos do fechamento de ontem estão 49,3% abaixo da máxima histórica da Bolsa -os 73.516 pontos registrados em 20 de maio.
A alta das ações da Petrobras ajudou a amortecer a perda de força da Bolsa durante o dia. Com o petróleo negociado a US$ 67,81 em Nova York, após alta de 2,8%, as ações preferenciais da Petrobras, as mais negociadas da Bolsa, encerraram com elevação de 2,01%.
Quem esteve dentre as maiores oscilações do dia foram os papéis da Vale, devido ao anúncio da companhia de que irá diminuir sua produção. Após chegar a recuar 5,7%, a ação ordinária da Vale encerrou com alta de 2,15%.
"Apesar da melhora dos mercados nos últimos dias, com a Bovespa voltando ao patamar dos 37 mil pontos, seguimos com expectativa de manutenção de volatilidade na próxima semana. Os mercados devem seguir operando ao sabor do noticiário externo" afirma Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Com a Bolsa em alta de mais de 18% na semana, os investidores optaram por embolsar parte do lucro acumulado no último pregão do mês.
Papéis do setor bancário e de empresas ligadas ao desempenho das commodities estiveram entre os que mais recuaram no fim do dia. Nesses segmentos, o papel da Companhia Siderúrgica Nacional se destacou, com desvalorização de 8,27%, seguido por Usiminas PNA (-6,66%) e Gerdau PN (-2,50%). Dentre os bancos, os destaques de baixa ficaram com Nossa Caixa ON (-6,51%), Bradesco PN (-3,05%) e Itaú PN (-2,26%).

Dólar ainda caro
Apesar do recuo da semana, o dólar ainda registrada apreciação de 21,55% em 2008.
A alta de ontem, mais acentuada pela tarde, teria ocorrido devido a compras feitas por uma grande exportadora, preocupada com compromissos em operações cambiais.
"O mês foi dramático para o câmbio, tendo sido fundamental o BC intensificar suas atuações para que a moeda se afastasse de seus picos", afirma João Medeiros, diretor de câmbio da corretora Pionner.
No momento mais tranqüilo do dia, o dólar bateu em R$ 2,091 ontem. Se depender das projeções das instituições financeiras, a moeda seguirá em queda até o fim do ano. Segundo a última pesquisa semanal do BC feita junto ao mercado, o dólar deve estar na casa de R$ 1,95 no fim de 2008.
Ontem a intervenção do Banco Central se resumiu à vendeu de cerca de US$ 440 milhões em contratos de "swap" cambial. (FABRICIO VIEIRA)


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