São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2008

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Bolsa dos EUA tem pior mês em dez anos

DA REDAÇÃO

O pior mês em dez anos da Bolsa americana terminou com a melhor semana para os mercados desde 1974, apesar da seqüência de dados ruins sobre a principal economia mundial, mostrando a enorme oscilação desde o recrudescimento da crise, em meados de setembro.
Em um dia marcado pela queda nos gastos e na confiança do consumidor, o índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, subiu 1,57% e encerrou a semana com valorização de 11,29%, a maior alta desde outubro de 1974.
Em outubro, no entanto, o Dow Jones se contraiu em 14,06% e teve o pior resultado desde agosto de 1998, quando a queda foi de 14,58%. Se não fosse a nova alta ontem, o índice teria tido a maior retração desde o crash de outubro de 1987. No ano, ele já caiu 29,70%.
A principal alta ontem entre as 30 ações que compõem o índice foi a do JPMorgan Chase, que se expandiu em 3,63%, depois que o banco anunciou a suspensão por 90 dias dos arrestos de casas. Ele disse que, durante esse período, vai implementar uma série de medidas para facilitar o pagamento dos devedores. Segundo o banco, o programa poderá ajudar 400 mil famílias nos próximos dois anos, com hipotecas que somam US$ 70 bilhões.
Já o S&P 500 (mais amplo, formado por 500 grandes empresas) terminou com a sua melhor semana desde pelo menos janeiro de 1980, após subir 10,49% nos últimos cinco pregões. Mas acumulou desvalorização mensal de 16,94%, a maior do índice em 21 anos. A retração no ano é de 34,03%.
O mês passado também foi ruim para a Nasdaq, que reúne empresas de tecnologia. Apesar da alta de 1,32% ontem, ela caiu 17,73% desde 1º de outubro, no pior resultado mensal em mais de sete anos.
Como tem ocorrido nos últimos dias, os mercados americanos têm se valorizado, apesar dos últimos dados continuarem apontando que a economia do país caminha ou já está em recessão, que, caso confirmada, será a primeira desde 2001.
Ontem foi a vez da queda nos gastos dos consumidores, o principal motor da maior economia do mundo, e a diminuição na confiança deles. Os gastos dos consumidores se contraíram em 0,3% em setembro, depois de ficarem estagnados nos dois meses anteriores.
O resultado foi o pior desde junho de 2004, mas já havia a expectativa de que ele viesse ruim após a divulgação anteontem do PIB no terceiro trimestre, que caiu 0,3%.
Os dados apontaram retração de 3,1% nos gastos dos consumidores (que representam 70% do PIB), que foi a primeira queda em 17 anos e a maior desde 1980.
Já a confiança dos consumidores caiu de 70,3 pontos em setembro para 57,6 pontos em outubro, na maior queda do índice criado em 1978.


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