São Paulo, domingo, 01 de novembro de 2009

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Centro-Oeste e Norte sentem menos impacto da retração

RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

A manutenção do ritmo do agronegócio no Centro-Oeste e uma maior diversidade na produção de bens primários e de consumo na região Norte podem explicar, na opinião de economistas, por que esses locais sentiram menos os efeitos da crise internacional.
O setor agrícola foi favorecido pelo câmbio e pela elevação dos preços das principais commodities no período. O consumo mundial, quando comparado com a produção mineral e dos bens industrializados, também foi pouco afetado.
"Com esse fôlego extra, a economia não se desaqueceu tanto no auge e se recuperou mais rapidamente", afirma o economista Vivaldo Lopes, assessor técnico da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso.
Segundo ele, o setor também contou com uma circunstância favorável: plantou a maior parte da safra atual antes do estouro da crise e, neste ano, planejou o plantio já com a perspectiva de melhora no consumo.
Na região Norte, os cenários não são homogêneos, diz o economista Erivaldo Lopes do Vale, presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas. "Mas é possível perceber que, nas zonas de influência das principais capitais, Manaus e Belém, a diversidade na produção permitiu compensações."
A produção de motocicletas, diz ele, sentiu a crise. O mesmo, porém, não se repetiu no setor de fabricação de celulares. "Isso contribuiu para que o Estado [Amazonas] continuasse a absorver mão de obra durante o período mais crítico."
Para o superintendente técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) no Pará, Roberto Sena, é ainda lenta -mas perceptível- a mudança no perfil econômico do Estado. "Há uma aceleração econômica como um todo, principalmente em setores como construção civil e indústrias de transformação."


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