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Centro-Oeste e Norte sentem menos impacto da retração
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
A manutenção do ritmo do
agronegócio no Centro-Oeste e
uma maior diversidade na produção de bens primários e de
consumo na região Norte podem explicar, na opinião de
economistas, por que esses locais sentiram menos os efeitos
da crise internacional.
O setor agrícola foi favorecido pelo câmbio e pela elevação
dos preços das principais commodities no período. O consumo mundial, quando comparado com a produção mineral e
dos bens industrializados, também foi pouco afetado.
"Com esse fôlego extra, a economia não se desaqueceu tanto
no auge e se recuperou mais rapidamente", afirma o economista Vivaldo Lopes, assessor
técnico da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso.
Segundo ele, o setor também
contou com uma circunstância
favorável: plantou a maior parte da safra atual antes do estouro da crise e, neste ano, planejou o plantio já com a perspectiva de melhora no consumo.
Na região Norte, os cenários
não são homogêneos, diz o economista Erivaldo Lopes do Vale, presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas. "Mas é possível perceber
que, nas zonas de influência das
principais capitais, Manaus e
Belém, a diversidade na produção permitiu compensações."
A produção de motocicletas,
diz ele, sentiu a crise. O mesmo,
porém, não se repetiu no setor
de fabricação de celulares. "Isso contribuiu para que o Estado
[Amazonas] continuasse a absorver mão de obra durante o
período mais crítico."
Para o superintendente técnico do Dieese (Departamento
Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos) no
Pará, Roberto Sena, é ainda
lenta -mas perceptível- a mudança no perfil econômico do
Estado. "Há uma aceleração
econômica como um todo,
principalmente em setores como construção civil e indústrias de transformação."
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