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FRAUDE
Madoff se diz surpreso de não ter sido preso antes e ironiza a SEC
DA REDAÇÃO
Condenado a 150 anos de
prisão por criar o maior esquema de pirâmide da história, o financista Bernard Madoff disse que autoridades
americanas não conseguiram brecar a enorme fraude
em 2006 porque "fizeram as
perguntas erradas". Ele ironizou a "inépcia crônica" da
SEC -o equivalente, nos
EUA, à CVM brasileira.
Segundo relato do financista, que faz parte do processo contra Madoff na SEC,
divulgado na sexta, dois "jovens fiscais" visitaram sua
empresa em Nova York em
2006. Na ocasião, disse, os
investigadores se preocuparam com questões desimportantes e não fizeram o "trabalho básico" que teria revelado a fraude.
Não checaram se os negócios que Madoff dizia fazer
eram verdadeiros nem se os
ativos que dizia ter estavam
de fato registrados na Depository Trust e Clearing Corp
(correspondente à CBLC,
Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia).
"Se você está procurando
por um esquema de Ponzi
[pirâmide], é a primeira coisa
que deve fazer", afirmou.
Se a fraude tivesse sido
descoberta antes, poderia ter
poupado perdas estimadas
em mais de US$ 65 bilhões
quando o esquema ruiu.
Em 2006, os fiscais chegaram a pedir o número de registro de Madoff na DTCC.
Depois disso, o financista
disse ter certeza de que seria
preso dias depois. Não foi.
O
número não foi checado -e o
fraudador atribuiu o fato à
sua boa reputação no mercado, já que fora também presidente da Bolsa Nasdaq.
Apesar de criticar a incompetência da SEC, Madoff reconheceu que sempre que
era inspecionado pela comissão ficava preocupado. Para
ele, as fiscalizações foram
"um pesadelo" porque seu
esquema era "básico". A SEC
não comentou o caso.
Com o "New York Times"
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