São Paulo, domingo, 01 de novembro de 2009

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FRAUDE

Madoff se diz surpreso de não ter sido preso antes e ironiza a SEC

DA REDAÇÃO

Condenado a 150 anos de prisão por criar o maior esquema de pirâmide da história, o financista Bernard Madoff disse que autoridades americanas não conseguiram brecar a enorme fraude em 2006 porque "fizeram as perguntas erradas". Ele ironizou a "inépcia crônica" da SEC -o equivalente, nos EUA, à CVM brasileira.
Segundo relato do financista, que faz parte do processo contra Madoff na SEC, divulgado na sexta, dois "jovens fiscais" visitaram sua empresa em Nova York em 2006. Na ocasião, disse, os investigadores se preocuparam com questões desimportantes e não fizeram o "trabalho básico" que teria revelado a fraude.
Não checaram se os negócios que Madoff dizia fazer eram verdadeiros nem se os ativos que dizia ter estavam de fato registrados na Depository Trust e Clearing Corp (correspondente à CBLC, Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia).
"Se você está procurando por um esquema de Ponzi [pirâmide], é a primeira coisa que deve fazer", afirmou.
Se a fraude tivesse sido descoberta antes, poderia ter poupado perdas estimadas em mais de US$ 65 bilhões quando o esquema ruiu.
Em 2006, os fiscais chegaram a pedir o número de registro de Madoff na DTCC. Depois disso, o financista disse ter certeza de que seria preso dias depois. Não foi.
O número não foi checado -e o fraudador atribuiu o fato à sua boa reputação no mercado, já que fora também presidente da Bolsa Nasdaq. Apesar de criticar a incompetência da SEC, Madoff reconheceu que sempre que era inspecionado pela comissão ficava preocupado. Para ele, as fiscalizações foram "um pesadelo" porque seu esquema era "básico". A SEC não comentou o caso.

Com o "New York Times"



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