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MARCHA A RÉ
Como não era esperado recuo tão grande no 3º tri, economistas e especialistas revisam para baixo previsões para 2005
Mercado agora prevê PIB de no máximo 2,5%
DA REPORTAGEM LOCAL
A queda registrada pelo PIB no
terceiro trimestre pegou todo o
mercado de surpresa. Ninguém
esperava que o recuo fosse tão
grande. Com a queda, economistas e analistas financeiros começaram a revisar para baixo suas
previsões de crescimento econômico do Brasil para este ano.
Apesar de a maioria ainda estar
revendo suas projeções, um crescimento de 2,5% em 2005 virou
teto. Antes, segundo a última pesquisa semanal realizada pelo Banco Central com instituições financeiras, a previsão média do mercado estava girando em torno de
3% de crescimento.
Sérgio Werlang, diretor-executivo do banco Itaú, diz que esperava queda de 0,4% do PIB no terceiro trimestre. Com o resultado
pior que o esperado, Werlang reduziu a sua projeção de crescimento da economia em 2005 de
2,8% para 2,1%.
"O sinal que essa queda nos dá é
o de que é hora de baixar as taxas
de juros mais rapidamente. O cenário de crescimento ainda é positivo, mas a autoridade monetária [o Banco Central] precisa reduzir os juros de forma mais rápida", avalia o diretor do Itaú.
Para Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra, o
crescimento do PIB neste ano deve ficar entre 2% e 2,5%. "E, apesar de improvável, não é impossível que a economia cresça abaixo
de 2%", afirma.
Luis Fernando Lopes, do Pátria
Banco de Negócios, estava entre
os mais otimistas e previa crescimento em torno de 3,5% para este
ano. Com os novos números de
ontem do PIB, projeta agora algo
muito próximo de 2%.
O que os economistas não sabem quantificar ao certo é o peso
do processo de elevação da taxa
básica de juros da economia (Selic) nesse desaquecimento econômico. Mas são unânimes em afirmar que o fato de o país ter as
maiores taxas reais (descontada a
inflação) do mundo contribuiu
para o mau desempenho divulgado ontem pelo IBGE.
"Estamos muito abaixo do potencial de crescimento do país. A
economia mundial está crescendo forte neste ano. O dado divulgado assustou, e não acho que outubro será muito bom", diz o economista Roberto Padovani, da
consultoria Tendências. O economista, que já tinha reduzido sua
projeção de 3,2% para 2,8%, prevê agora que o crescimento ficará
entre 2% e 2,5% em 2005.
(FABRICIO VIEIRA e MARCELO BILLI)
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