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Renda fixa tem recuperação em novembro
Rentabilidade sobe, e categoria volta a atrair recursos; até o dia 25, captação chegou a R$ 4,32 bi, contra saques de R$ 16 bi em outubro
No ano, renda fixa tem retorno médio de 11,5%, e
CDBs, de 10,66%; investidor deve ficar atento a taxas de
administração de fundos
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após o tombo de outubro, os
fundos de renda fixa retomaram fôlego em novembro. Não
apenas a rentabilidade da categoria se destacou entre as aplicações que pagam juros mas a
captação de recursos cresceu
consideravelmente.
O último mês em que os fundos de renda fixa tiveram captação positiva (ou seja, em que
as aplicações foram maiores
que os saques) foi março. Em
novembro, até o dia 25, a renda
fixa contava com captação líquida de R$ 4,32 bilhões e era a
categoria que mais atraiu recursos no período. No mês anterior, os saques líquidos haviam alcançado R$ 16,28 bilhões. Os dados são da Anbid
(Associação Nacional dos Bancos de Investimento).
O melhor retorno da renda
fixa em novembro, com a rentabilidade média ficando em
torno de 1,16%, ajudou a trazer
de volta parte do capital que vinha fugindo nos últimos meses.
Em outubro, os fundos de renda fixa tiveram rentabilidade
de apenas 0,89%.
Os CDBs (Certificados de
Depósito Bancário), que têm
ganhado a preferência dos investidores nos últimos meses,
deram ganho médio de 0,97%
no mês recém-encerrado.
"Essa busca maior pela renda
fixa, que temos notado nas últimas semanas, tende a seguir
em dezembro", afirma Jason
Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend Consultoria
Econômica. "Apesar de o cenário apontar para a possibilidade
de um corte na taxa básica neste encontro do Copom, Meirelles [Henrique Meirelles, presidente do BC] tem dado sinais
de que a taxa pode acabar por
ser mantida", diz.
A taxa básica Selic serve de
referência para os juros praticados no mercado e está atualmente em 13,75% anuais. Nos
próximos dias 9 e 10, o Copom
(Comitê de Política Monetária
do BC) vai definir como fica a
Selic. No mercado, é grande a
parcela dos que esperam que a
Selic seja mantida.
Se o BC brasileiro estivesse
acompanhando os bancos centrais dos maiores países do
mundo e reduzindo drasticamente sua taxa básica, aplicações como os fundos de renda
fixa, DI e os CDBs estariam
com rentabilidades muito menores que as pagas hoje. Nos
Estados Unidos, a taxa básica
está em apenas 1% anual.
No acumulado do ano, os
fundos de renda fixa se destacam, com retorno acumulado
de aproximadamente 11,5%. Os
CDBs têm taxa média de
10,66% acumulada no ano. O
que dá alguma vantagem aos
CDBs é o fato de não cobrarem
taxa de administração. Praticamente todos os fundos cobram
taxa de administração, que oscila entre 1% e 4% ao ano.
A renda fixa responde por
31,2% de toda a indústria de
fundos brasileira e é a maior categoria do mercado, com patrimônio de R$ 351 bilhões. Os
fundos de ações representam
apenas 10,1% do total do mercado.
Apesar da recuperação de recursos vivenciada em novembro, os fundos de renda fixa
ainda amargam saques acumulados de R$ 35,6 bilhões em recursos no ano.
Esses fundos carregam em
suas carteiras títulos públicos e
privados que pagam juros e
costumam representar baixo
nível de risco. Para quem investe nesses fundos, sempre é importante estar atento, além da
rentabilidade da aplicação, ao
tamanho da taxa de administração cobrada, que pode engolir grande parte do retorno.
A participação da renda fixa
no mercado de fundos já foi
muito maior, mas tem encolhido a cada ano com a ampliação
da ofertas de produtos financeiros. No começo da década de
90, a renda fixa representava
95% do mercado de fundos. Em
2000, já havia recuado para
40%. E, no fim de 2007, respondia por 30,2% do total, tendo subido um pouco agora.
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