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Superávit da balança comercial cai 12%
Apesar de exportação ter tido resultado acima do previsto, com alta de 18%, importação avançou 31% em relação a janeiro de 2006
Compras de bens de consumo no exterior tiveram aumento de 35%; no caso de matérias-primas, crescimento ficou em 41%
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As exportações somaram
US$ 10,9 bilhões no mês passado, um crescimento de 18,3%
em relação ao mesmo período
de 2006. Um aumento atípico
para janeiro, que costuma ter
resultados mais fracos. No entanto, as importações, de US$
8,46 bilhões, saltaram 31,3%, o
que resultou em um saldo de
US$ 2,49 bilhões, menor do que
o saldo de US$ 2,82 bilhões de
janeiro do ano passado. Com isso, o saldo comercial apresentou uma queda de 11,7%.
Em relação a dezembro, que
teve superávit de US$ 5,01 bilhões, a queda é de 50,3%. A
comparação entre esses dois
meses costuma apontar recuo.
Em janeiro de 2006, o saldo comercial caiu 34,5% em relação
a dezembro de 2005. Nas comparações anteriores, as quedas
foram de 37,7% e 42%.
Em 2006, as importações
cresceram mais que as exportações praticamente todos os meses, exceto em janeiro e dezembro. Neste ano, porém, o aumento das compras já superou
a expansão das vendas logo no
primeiro mês e deve ser uma
tendência para o ano, segundo
o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat.
A explicação para o saldo
continuar positivo é que as importações crescem sobre uma
base bem menor do que a das
exportações. No ano passado, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva disse mais de uma vez que
o Brasil não precisa ter um saldo comercial tão grande e comemorou o aumento das importações. Segundo ele, quando
as importações crescem, a economia está dinâmica.
Em 2006, o saldo comercial
foi o maior da história, de US$
46 bilhões. De acordo com Meziat, importações maiores, mas
com saldo comercial positivo,
significam que o país está "se
abrindo cada vez mais para a
economia internacional e os
produtos nacionais estão se expondo à concorrência, portanto, estão melhorando".
Um estudo feito pelo Banco
Mundial em 2006 apontou o
Brasil como o maior beneficiário pela conclusão da Rodada
Doha de liberalização de comércio mundial, que está congelada desde julho. Mas os benefícios, na forma de aumento
das exportações brasileiras, só
virão se houver ampla abertura
para o comércio agrícola.
"Desejo dos consumidores"
"Aumento de importação de
bens de capital significa maior
produção, e aumento de bens
de consumo significa que os desejos dos consumidores estão
sendo atendidos", disse Meziat.
Em janeiro, as importações
de bens de consumo cresceram
35,3%, principalmente objetos
de adorno, móveis e vestuário.
As compras de bens de capital
subiram 27,6% e as de matérias-primas, 41%. O dólar barato é o que explica, mas no ano
passado a taxa de câmbio tirou
842 pequenas e médias empresas do mercado externo.
"A taxa de câmbio parou de
oscilar. Hoje o real é uma das
moedas mais estáveis do mundo e isso é bom para o comércio. As empresas estão assimilando o câmbio. Geralmente
quem deixa de exportar por
causa do câmbio são novos exportadores, que vendem até
US$ 100 mil por ano", disse.
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