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Saldo deve cair e ter efeito negativo sobre expansão do PIB
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dados sobre exportações e
importações de janeiro reforçam as previsões de que o Brasil
terá em 2007 a primeira redução de seu saldo comercial da
década, com impacto negativo
sobre o crescimento do país.
O saldo comercial é um dos
elementos que compõem o
PIB, ao lado do consumo das famílias e do governo e do investimento. Se ele diminui, os outros componentes têm de crescer mais que no ano anterior,
para compensar a queda e evitar uma retração da economia,
afirma Edgard Pereira, economista-chefe do Iedi (Instituto
de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
Desde 2001, o saldo da balança comercial cresceu de maneira ininterrupta, até atingir o recorde de US$ 46 bilhões no ano
passado. O boletim Focus do
Banco Central, que traz a média de previsões do mercado financeiro, projeta um saldo de
US$ 39 bilhões em 2007 -queda de 15,2% ante 2006.
Na avaliação de Pereira, essa
redução terá como efeito uma
contração de pelo menos 0,8
ponto percentual no PIB. Para
compensar a queda, os outros
componentes do PIB terão de
crescer mais.
"As importações vêm aumentando mais do que as exportações há alguns meses, mas
essa é a primeira vez em vários
anos em que muda o sinal do
saldo comercial, com queda em
relação ao mesmo período do
ano anterior", diz Pereira.
A diferença entre exportações e importações no mês passado foi de US$ 2,49 bilhões,
11,6% inferior à que foi registrada em janeiro de 2006.
Sérgio Vale, da MB Associados, lembra que há alguns anos
os economistas vêm projetando uma queda do saldo comercial em razão da valorização do
real, que dificulta as exportações e facilita as importações.
Para ele, não há dúvida de
que a previsão irá se concretizar em 2007. Mesmo com a redução, Vale observa que o saldo
continuará alto o bastante para
pressionar a cotação do real.
"O dólar deve fechar o ano
entre R$ 2,15 e R$ 2,20. Se o
Banco Central não estivesse intervindo no mercado, a cotação
já estaria abaixo de R$ 2,00",
avalia o economista da MB.
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