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Mercado de trabalho nos EUA perde 17 mil vagas
Resultado realimenta temores de recessão no país
DA REDAÇÃO
O mercado de trabalho americano eliminou 17 mil vagas no
mês passado -o primeiro resultado negativo desde agosto
de 2003-, o que eleva ainda
mais os temores de recessão na
principal economia mundial.
O presidente dos EUA, George W. Bush, disse, após o anúncio do resultado, que "há sinais
inquietantes" de que a economia está enfraquecendo e pediu que o Senado aprove rapidamente o pacote fiscal da Casa
Branca, de US$ 146 bilhões, para tentar evitar a recessão.
O secretário do Comércio,
Carlos Gutierrez, também
exortou a aprovação rápida do
plano de estímulo e disse que a
partir do segundo semestre a
economia americana voltará a
se acelerar -no último trimestre, o PIB dos EUA cresceu
0,6%, o pior resultado em cinco
anos. "Nós não estamos contentes com o número [do emprego] e sabemos que isso cria
incerteza", disse à rede CNBC.
O resultado foi muito pior do
que o esperado por analistas,
que previam a criação de até 75
mil postos, e aponta cortes em
boa parte dos setores.
O mercado imobiliário (o
epicentro da crise americana)
eliminou 27 mil postos em janeiro e, desde setembro de
2006, já foram cortadas 284 mil
vagas na área. A indústria reduziu 28 mil postos no mês passado. O corte no setor público foi
de 18 mil postos de trabalho. Já
a taxa de desemprego, que leva
em conta outros dados, caiu de
5%, em dezembro, para 4,9%.
O Departamento do Trabalho também revisou os dados
dos últimos dois meses do ano
passado. Os números de dezembro, que na época de sua divulgação derrubaram as Bolsas
mundiais, apontaram criação
de 82 mil empregos -a estimativa inicial mostrava 18 mil novos postos. Já os de novembro
foram reduzidos praticamente
pela metade, para 60 mil vagas.
No ano passado, a economia
americana criou, em média, 95
mil vagas por mês -ante 175
mil em 2006. Mas os EUA precisam gerar cerca de 100 mil
postos por mês apenas para
atender à população que entra
no mercado de trabalho.
Os dados de janeiro ainda são
preliminares e podem ser alterados. A última vez que o Departamento do Trabalho divulgou cortes em postos de trabalho foi em agosto de 2007 -o
número depois revisado mostrou saldo positivo.
Outro dado negativo divulgado ontem foi que o setor de
construção teve gastos 2,6%
menores em 2007. Em dezembro, as despesas caíram 1,1%, a
maior queda em 15 meses.
Mas houve dados positivos: a
confiança do consumidor aumentou, e o nível da atividade
industrial verificado pelo instituto ISM cresceu para 50,7
pontos em janeiro, depois de ficar em 48,4 no mês anterior
-tinha sido a primeira vez desde janeiro de 2007 em que ficara abaixo de 50 pontos. Leituras acima de 50 pontos denotam expansão da atividade.
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