São Paulo, sábado, 02 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mercado de trabalho nos EUA perde 17 mil vagas

Resultado realimenta temores de recessão no país

DA REDAÇÃO

O mercado de trabalho americano eliminou 17 mil vagas no mês passado -o primeiro resultado negativo desde agosto de 2003-, o que eleva ainda mais os temores de recessão na principal economia mundial.
O presidente dos EUA, George W. Bush, disse, após o anúncio do resultado, que "há sinais inquietantes" de que a economia está enfraquecendo e pediu que o Senado aprove rapidamente o pacote fiscal da Casa Branca, de US$ 146 bilhões, para tentar evitar a recessão.
O secretário do Comércio, Carlos Gutierrez, também exortou a aprovação rápida do plano de estímulo e disse que a partir do segundo semestre a economia americana voltará a se acelerar -no último trimestre, o PIB dos EUA cresceu 0,6%, o pior resultado em cinco anos. "Nós não estamos contentes com o número [do emprego] e sabemos que isso cria incerteza", disse à rede CNBC.
O resultado foi muito pior do que o esperado por analistas, que previam a criação de até 75 mil postos, e aponta cortes em boa parte dos setores.
O mercado imobiliário (o epicentro da crise americana) eliminou 27 mil postos em janeiro e, desde setembro de 2006, já foram cortadas 284 mil vagas na área. A indústria reduziu 28 mil postos no mês passado. O corte no setor público foi de 18 mil postos de trabalho. Já a taxa de desemprego, que leva em conta outros dados, caiu de 5%, em dezembro, para 4,9%.
O Departamento do Trabalho também revisou os dados dos últimos dois meses do ano passado. Os números de dezembro, que na época de sua divulgação derrubaram as Bolsas mundiais, apontaram criação de 82 mil empregos -a estimativa inicial mostrava 18 mil novos postos. Já os de novembro foram reduzidos praticamente pela metade, para 60 mil vagas.
No ano passado, a economia americana criou, em média, 95 mil vagas por mês -ante 175 mil em 2006. Mas os EUA precisam gerar cerca de 100 mil postos por mês apenas para atender à população que entra no mercado de trabalho.
Os dados de janeiro ainda são preliminares e podem ser alterados. A última vez que o Departamento do Trabalho divulgou cortes em postos de trabalho foi em agosto de 2007 -o número depois revisado mostrou saldo positivo.
Outro dado negativo divulgado ontem foi que o setor de construção teve gastos 2,6% menores em 2007. Em dezembro, as despesas caíram 1,1%, a maior queda em 15 meses.
Mas houve dados positivos: a confiança do consumidor aumentou, e o nível da atividade industrial verificado pelo instituto ISM cresceu para 50,7 pontos em janeiro, depois de ficar em 48,4 no mês anterior -tinha sido a primeira vez desde janeiro de 2007 em que ficara abaixo de 50 pontos. Leituras acima de 50 pontos denotam expansão da atividade.


Texto Anterior: Roberto Rodrigues: Agricultura no Carnaval
Próximo Texto: Exxon Mobil tem lucro recorde pelo terceiro ano consecutivo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.