|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mantega descarta inflação de demanda no Brasil neste ano
Indústria nacional terá condições de expandir a oferta, afirma ministro durante evento na Fiesp
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou ontem a
possibilidade de o país sofrer
pressões inflacionárias devido
a dificuldades do setor industrial para expandir sua oferta.
Em reunião na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo), Mantega questionou os empresários sobre a
capacidade que o setor terá para atender a demanda industrial, que, segundo ele, deve
apresentar crescimento entre
7% e 7,5% neste ano.
"Essa foi a minha indagação,
mas não vejo nenhuma dificuldade de aumento de oferta da
indústria", afirmou o ministro.
Segundo ele, os indicadores
que medem o nível de utilização de capacidade instalada
"muitas vezes dão a ideia de
que a indústria está em seu limite". "Mas, na realidade, sobra capacidade do ano passado,
e a indústria está fazendo investimentos para expandir essa
capacidade de produção."
Para Mantega, "está afastada
a possibilidade de inflação de
demanda". Ao seu lado, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que o governo precisa ter
"cautela" justamente para não
tomar medidas que desestimulem a demanda. Ele se referia à
possibilidade de o Banco Central elevar a taxa básica de juros
já na próxima reunião. "Não há
a menor dúvida de que não é
momento de aumentar juros.
Não existe razão para isso."
Na semana passada, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que a instituição não evitará decisões que
possam parecer impopulares
ou "antipáticas" para segurar a
inflação no país, em um sinal de
que o Banco Central poderá
elevar os juros já na próxima
reunião do Copom (Comitê de
Política Monetária).
Para Mantega, porém, há um
"mau entendimento" em relação às declarações de Meirelles.
"Não vejo ameaça iminente de
alta de juro." "O Banco Central
tem dado a sinalização correta.
No ano passado, os juros foram
reduzidos para um patamar razoável, talvez aquém do que
gostaríamos, mas poderemos,
no futuro, voltar a ter um juro
real em torno de 2,5% ou 3%.
Mas o BC sabe quando deve aumentar e quando deve abaixar
os juros."
Exportações
Mantega afirmou que a crise
de endividamento vivida por
países da União Europeia, como Grécia, Portugal, Itália e Espanha, pode retardar a recuperação do comércio exterior no
Brasil. "Mas isso não afeta o nível de crescimento esperado
para o país."
Para ele, o PIB (Produto Interno Bruto) do país deve crescer entre 5% e 6% neste ano.
Texto Anterior: Brasil é alvo dos EUA para exportações Próximo Texto: Focus: Mercado prevê IPCA acima da meta em 2011 Índice
|