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Venda de carros bate recorde em fevereiro
Com proximidade do fim da redução de IPI, que vai até o dia 31, montadoras alcançam melhor resultado da história no mês
Foram vendidos 221 mil carros no mês passado, alta de 11% ante igual mês de 2009; primeiro bimestre é liderado por Fiat, VW e GM
TATIANA RESENDE
DA FOLHA ONLINE
Às vésperas da volta do IPI
(Imposto sobre Produtos Industrializados) à alíquota original, as vendas de veículos registraram em fevereiro o melhor
resultado para o mês na história da indústria automobilística, com 221 mil emplacamentos, de acordo com dados obtidos pela Folha Online.
O resultado superou o contabilizado em 2008 (200,8 mil),
que detinha a maior marca até
então, e representa um acréscimo de 10,9% nos emplacamentos na comparação com fevereiro de 2009, quando o desempenho do setor automotivo foi
afetado pela crise mundial.
Na comparação com janeiro
deste ano, os licenciamentos
também registraram aumento
(3,6%), apesar da diferença entre a quantidade de dias úteis
devido ao feriado de Carnaval.
No primeiro bimestre, foram
vendidos 434,3 mil veículos, o
que engloba automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões, com expansão de 9,5%
no comparativo com o mesmo
intervalo em 2009.
A Fiat lidera as vendas no primeiro bimestre, com 21,6% dos
emplacamentos, seguida de
perto pela Volkswagen (20,5%)
e pela General Motors (19,9%).
Fim do IPI
Março é o último mês com
redução de IPI para carros a álcool ou flex. Aqueles de mil cilindradas terão a alíquota mantida em 3% até o dia 31 e depois
voltam ao percentual de 7%. Já
os de até 2.000 cilindradas passarão de 7,5% para 11%. Para
caminhões, a isenção do tributo permanece até junho, quando a alíquota retorna a 5%.
Para André Beer, ex-presidente da Anfavea (Associação
Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores) e consultor do setor automotivo, o
fim do benefício ainda vai atrair
consumidores às concessionárias neste mês. "É a famosa isca.
Qualquer redução no preço
tem efeito favorável."
O incentivo fiscal, concedido
em dezembro de 2008 e que até
o final de 2009 valia também
para os carros a gasolina, foi
uma das principais medidas tomadas pelo governo federal para combater os efeitos da crise e
estimular as vendas.
A medida surtiu efeito, e os
emplacamentos apresentaram
um acréscimo de 11,4% no ano
passado ante 2008, registrando
o terceiro recorde anual consecutivo, com 3,14 milhões de
unidades comercializadas.
Na opinião de Luiz Carlos
Mello, coordenador do CEA
(Centro de Estudos Automotivos), o efeito da redução de IPI
"foi extremamente relativo", já
que "o grande drama [no auge
da crise] foi a falta de crédito".
"Podiam ter reduzido o preço
[dos carros] à metade e não
venderia", completou o ex-presidente da Ford.
O recorde mensal do setor foi
batido em setembro (308,7 mil
unidades) devido à corrida dos
consumidores às lojas para
aproveitar o último mês antes
da elevação do IPI, que voltaria
gradualmente ao patamar original até janeiro.
No final de novembro, no entanto, o governo anunciou a
manutenção das alíquotas mais
baixas do imposto, mas apenas
para carros flex, até este mês.
Para 2010, a Anfavea (associação das montadoras) prevê
uma expansão de 8,2% nos licenciamentos, atingindo 3,4
milhões de emplacamentos.
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