São Paulo, terça-feira, 02 de março de 2010

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Venda de carros bate recorde em fevereiro

Com proximidade do fim da redução de IPI, que vai até o dia 31, montadoras alcançam melhor resultado da história no mês

Foram vendidos 221 mil carros no mês passado, alta de 11% ante igual mês de 2009; primeiro bimestre é liderado por Fiat, VW e GM

TATIANA RESENDE
DA FOLHA ONLINE

Às vésperas da volta do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) à alíquota original, as vendas de veículos registraram em fevereiro o melhor resultado para o mês na história da indústria automobilística, com 221 mil emplacamentos, de acordo com dados obtidos pela Folha Online.
O resultado superou o contabilizado em 2008 (200,8 mil), que detinha a maior marca até então, e representa um acréscimo de 10,9% nos emplacamentos na comparação com fevereiro de 2009, quando o desempenho do setor automotivo foi afetado pela crise mundial.
Na comparação com janeiro deste ano, os licenciamentos também registraram aumento (3,6%), apesar da diferença entre a quantidade de dias úteis devido ao feriado de Carnaval.
No primeiro bimestre, foram vendidos 434,3 mil veículos, o que engloba automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões, com expansão de 9,5% no comparativo com o mesmo intervalo em 2009.
A Fiat lidera as vendas no primeiro bimestre, com 21,6% dos emplacamentos, seguida de perto pela Volkswagen (20,5%) e pela General Motors (19,9%).

Fim do IPI
Março é o último mês com redução de IPI para carros a álcool ou flex. Aqueles de mil cilindradas terão a alíquota mantida em 3% até o dia 31 e depois voltam ao percentual de 7%. Já os de até 2.000 cilindradas passarão de 7,5% para 11%. Para caminhões, a isenção do tributo permanece até junho, quando a alíquota retorna a 5%.
Para André Beer, ex-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e consultor do setor automotivo, o fim do benefício ainda vai atrair consumidores às concessionárias neste mês. "É a famosa isca. Qualquer redução no preço tem efeito favorável."
O incentivo fiscal, concedido em dezembro de 2008 e que até o final de 2009 valia também para os carros a gasolina, foi uma das principais medidas tomadas pelo governo federal para combater os efeitos da crise e estimular as vendas.
A medida surtiu efeito, e os emplacamentos apresentaram um acréscimo de 11,4% no ano passado ante 2008, registrando o terceiro recorde anual consecutivo, com 3,14 milhões de unidades comercializadas.
Na opinião de Luiz Carlos Mello, coordenador do CEA (Centro de Estudos Automotivos), o efeito da redução de IPI "foi extremamente relativo", já que "o grande drama [no auge da crise] foi a falta de crédito". "Podiam ter reduzido o preço [dos carros] à metade e não venderia", completou o ex-presidente da Ford.
O recorde mensal do setor foi batido em setembro (308,7 mil unidades) devido à corrida dos consumidores às lojas para aproveitar o último mês antes da elevação do IPI, que voltaria gradualmente ao patamar original até janeiro.
No final de novembro, no entanto, o governo anunciou a manutenção das alíquotas mais baixas do imposto, mas apenas para carros flex, até este mês.
Para 2010, a Anfavea (associação das montadoras) prevê uma expansão de 8,2% nos licenciamentos, atingindo 3,4 milhões de emplacamentos.


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