São Paulo, terça-feira, 02 de março de 2010

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Dólar volta a ficar abaixo de R$ 1,80; Bolsa sobe 1%

Tremor no Chile eleva cotação de commodities metálicas

EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

A taxa de câmbio brasileira terminou ontem abaixo do patamar psicológico de R$ 1,80 pela primeira vez em seis semanas, enquanto a Bolsa paulista teve sua terceira sessão seguida de ganhos. Os mercados reagiram bem às notícias sobre aquisições bilionárias e mostraram menos nervosismo a respeito da delicada situação europeia.
A moeda americana recuou 0,55% e terminou negociada a R$ 1,797. O mercado de câmbio movimentou apenas US$ 2,7 bilhões, volume bastante abaixo dos US$ 4 bilhões da média até meados de fevereiro. Ontem, o Banco Central adquiriu a moeda a R$ 1,796, mexendo muito pouco com a taxa.
A explicação para a queda ontem do dólar não foi unânime. Logo pela manhã, os relatórios de gestores financeiros e corretoras mencionavam rumores de uma possível ajuda financeira da União Europeia à Grécia, país da zona do euro abalado por problemas nas contas públicas. Oficialmente, a UE se limitou a pedir reformas estruturais ao país mediterrâneo para sanear seus deficits.
Outros analistas citaram a ação dos agentes financeiros quando o preço da moeda americana encostou em R$ 1,79, algo que já havia ocorrido por instantes na semana passada. Investidores trabalham com patamares máximos e mínimos de preços e mantêm ou desmontam "apostas" conforme a cotação atinge esses valores. Abaixo de R$ 1,80, a taxa de câmbio pode ter disparado ajustes que deixaram o dólar pouco acima da cotação mínima do dia, de R$ 1,795.
Para profissionais das corretoras, a moeda norte-americana deve oscilar em torno de R$ 1,79 ou abaixo disso nos próximos dias, caso o otimismo seja reforçado. "Se os próximos indicadores dos EUA forem bons, nós podemos ver o dólar até caindo muito rapidamente", diz Reginaldo Galhardo, diretor da corretora Treviso.
No mercado de ações, a Bolsa iniciou março com alta de 1,09% no Ibovespa, que terminou marcando 67.227 pontos. A Bolsa movimentou R$ 5 bilhões, também abaixo da média de R$ 6,5 bilhões de fevereiro."Começamos bem março, mas o volume só vai voltar com os estrangeiros", disse Pedro Galdi, da corretora SLW.
Para Osmar Camilo, analista da corretora Socopa, o Ibovespa tem condições de passar de 70 mil pontos ainda em março, se houver uma trégua na instabilidade global. "Não estamos tão longe assim."
O terremoto no Chile elevou os preços de commodities metálicas, em particular o do cobre, que subiu 3,71%. Também pressionou o preço do níquel, que subiu mais 4,27%; nos últimos 30 dias, o níquel já acumula alta de 18,56%.


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