São Paulo, quarta-feira, 02 de abril de 2008

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Importações da China crescem 50% em março

Queda nas exportações de soja e ferro expõe dependência de commodities

Vendas para o Oriente Médio, para a África, para os EUA e para a Ásia recuaram no mês passado; para o Mercosul, cresceram 28,5%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A diminuição nas vendas de minério de ferro e de soja no mês passado demonstrou a grande dependência brasileira de commodities em relação a alguns dos principais mercados do mundo. Enquanto as importações da China cresceram 49,7%, as exportações brasileiras para o país asiático caíram 8,5%, por exemplo.
Em março, a balança comercial brasileira apresentou um superávit de US$ 1,01 bilhão, valor 69% menor do que no mesmo mês de 2007. As exportações caíram 2%, para US$ 12,6 bilhões, contra uma expressiva elevação de 21% nas importações, que foram de US$ 11,6 bilhões.
Em relação a países e blocos econômicos, houve retração nas vendas para o Oriente Médio (15%), para a África (9,5%), para a Ásia (8,6%) e para os EUA (0,5%). As exportações brasileiras também recuaram 5,1% para os países combinados da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração) -México, Cuba, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile.
Os dados da Aladi excluem o Mercosul, composto por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Para o bloco aduaneiro, as vendas brasileiras cresceram 28,5%. Somente para a Argentina, influenciada pelo acordo automotivo binacional, as exportações subiram 27,6%, sempre em comparação com março do ano passado.
Segundo o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, o minério de ferro teve comportamento atípico no mês passado devido a renegociações de preço e contratos. Já o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) nega impacto de negociações empresariais nas exportações brasileiras. O instituto deve divulgar hoje um estudo sobre o tema.
Para Barral, a interrupção para manutenção da refinaria de Paulínia (SP) também prejudicou as exportações, pois houve redução nas vendas de petróleo e derivados.
O governo traçou para este ano uma meta de US$ 180 bilhões de exportações. Oficialmente, não há meta de superávit comercial, mas o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento) avalia que 2008 dará um saldo positivo de US$ 30 bilhões a US$ 35 bilhões. Em 2007, o superávit foi de US$ 40 bilhões.

Commodities
O secretário de Comércio Exterior avalia que deve ocorrer "manutenção do preço" das commodities ao longo do ano. A dúvida seria apenas para 2009, que dependerá da extensão da crise de crédito dos EUA.
Para Barral, os embarques da safra de soja, a partir deste mês, a retomada de exportações de combustíveis e a safra agrícola recorde também melhorarão o comportamento das exportações nos próximos meses. (ID)


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