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Importações da China crescem 50% em março
Queda nas exportações de soja e ferro expõe dependência de commodities
Vendas para o Oriente Médio, para a África, para os EUA e para a Ásia recuaram no mês passado; para o Mercosul, cresceram 28,5%
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A diminuição nas vendas de
minério de ferro e de soja no
mês passado demonstrou a
grande dependência brasileira
de commodities em relação a
alguns dos principais mercados
do mundo. Enquanto as importações da China cresceram
49,7%, as exportações brasileiras para o país asiático caíram
8,5%, por exemplo.
Em março, a balança comercial brasileira apresentou um
superávit de US$ 1,01 bilhão,
valor 69% menor do que no
mesmo mês de 2007. As exportações caíram 2%, para US$
12,6 bilhões, contra uma expressiva elevação de 21% nas
importações, que foram de US$
11,6 bilhões.
Em relação a países e blocos
econômicos, houve retração
nas vendas para o Oriente Médio (15%), para a África (9,5%),
para a Ásia (8,6%) e para os
EUA (0,5%). As exportações
brasileiras também recuaram
5,1% para os países combinados
da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração)
-México, Cuba, Venezuela,
Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile.
Os dados da Aladi excluem o
Mercosul, composto por Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai.
Para o bloco aduaneiro, as vendas brasileiras cresceram
28,5%. Somente para a Argentina, influenciada pelo acordo
automotivo binacional, as exportações subiram 27,6%, sempre em comparação com março
do ano passado.
Segundo o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, o minério de ferro teve
comportamento atípico no mês
passado devido a renegociações
de preço e contratos. Já o
Ibram (Instituto Brasileiro de
Mineração) nega impacto de
negociações empresariais nas
exportações brasileiras. O instituto deve divulgar hoje um estudo sobre o tema.
Para Barral, a interrupção
para manutenção da refinaria
de Paulínia (SP) também prejudicou as exportações, pois houve redução nas vendas de petróleo e derivados.
O governo traçou para este
ano uma meta de US$ 180 bilhões de exportações. Oficialmente, não há meta de superávit comercial, mas o ministro
Miguel Jorge (Desenvolvimento) avalia que 2008 dará um saldo positivo de US$ 30 bilhões a
US$ 35 bilhões. Em 2007, o superávit foi de US$ 40 bilhões.
Commodities
O secretário de Comércio
Exterior avalia que deve ocorrer "manutenção do preço" das
commodities ao longo do ano.
A dúvida seria apenas para
2009, que dependerá da extensão da crise de crédito dos EUA.
Para Barral, os embarques da
safra de soja, a partir deste mês,
a retomada de exportações de
combustíveis e a safra agrícola
recorde também melhorarão o
comportamento das exportações nos próximos meses.
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