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Bancos anunciam novas perdas no 1º tri
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Dois dos maiores bancos europeus -o suíço UBS e o alemão Deutsche Bank- anunciaram ontem novos estragos em
decorrência da crise das hipotecas de alto risco ("subprime")
nos Estados Unidos.
O UBS, a principal vítima da
crise na Europa, registrou perdas de US$ 12,1 bilhões no primeiro trimestre deste ano e
agora procura um capital de
emergência da ordem de US$
15,1 bilhões. A notícia custou o
cargo do presidente do banco,
Marcel Ospel. Desde a eclosão
da crise imobiliária, as perdas
acumuladas pelo UBS somam
US$ 37,4 bilhões, a maior cifra
registrada.
Já o Deutsche Bank, que dava
sinais de suportar melhor as
turbulências do mercado,
anunciou ontem que espera
perdas de até US$ 4 bilhões no
primeiro trimestre.
Embora os balanços tenham
sido encarados com preocupação, os investidores mostraram
sinais de confiança ontem. Puxadas pela valorização dos papéis dos bancos, as Bolsas americanas encerraram em alta.
As ações do UBS tiveram
acréscimo de 12,27% ontem. De
acordo com analistas, o mercado recebeu bem a notícia da saída de Ospel, o que seria lido como um recomeço para o banco.
Já as ações do Deutsche Bank
encerraram o dia com valorização de 3,47%.
Em outro movimento que
animou os mercados, o banco
americano de investimentos
Lehman Brothers anunciou
ontem que conseguiu levantar
US$ 4 bilhões com a emissão de
novas ações, o que foi interpretado por investidores como um
indício de que o "pior já passou". O anúncio levou seus papéis a a uma alta de 16%.
A valorização das ações dos
bancos propiciou uma alta de
3,19% em Wall Street.
Queda de Ospel
Criticado pelos acionistas do
UBS pelo fiasco nos negócios de
hipotecas de alto risco, Marcel
Ospel, 57, anunciou sua renúncia ontem. Sua saída era pedida
havia meses por seus críticos,
que o responsabilizavam por
ter colocado o UBS em sua
maior crise. Para o lugar de Ospel, deverá ser indicado o advogado Peter Kurer, 58, que trabalha para o UBS há sete anos.
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