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Felício vai a ato da "CUT do B" e nega racha
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Anunciado como um evento da
corrente de esquerda da CUT
(Central Única dos Trabalhadores) e de outras organizações como o PSTU, o PCO e o MST, a manifestação que aconteceu ontem
na praça da Sé contou com a participação do presidente da central, João Felício.
"A CUT está unida. Vou estar
em todos os atos onde a CUT estiver. Foi só pela imprensa que fiquei sabendo que este era um ato
da esquerda. Eu sou de esquerda,
logo tenho que estar aqui. Não
sou radical. Sou, sim, radicalmente contra certos aspectos da reforma", disse Felício a manifestantes
da CUT que se concentravam na
praça da Sé na manhã de ontem.
O discurso marcou a abertura
da manifestação de 1º de Maio organizada pela "CUT do B". Para
José Maria de Almeida, presidente do PSTU e da direção nacional
da central sindical, entretanto,
não há motivos para dizer que o
ato de ontem agrupava representantes da "CUT do B".
"Não somos o lado B. Aqui estão representados todos os movimentos de base da CUT." No entanto, ele fez críticas a outros segmentos da central. "Há pessoas na
CUT que têm se afastado da verdadeira origem no movimento fazendo festas [em referência a outros atos da CUT realizados ontem em São Paulo]. Hoje [ontem]
não é dia de festa, mas de luta. A
CUT não pode perder a independência só porque Lula está no governo", afirmou.
As principais críticas ao governo feitas pelos manifestantes
eram referentes às propostas de
reforma previdenciária. Mas o superávit primário recorde -de
6,24% do PIB- também foi alvo
de protestos. "Esse dinheiro economizado para formar o superávit foi o que faltou para investir
em educação, saúde e emprego",
disse Dirceu Travesso, da executiva nacional da CUT.
Após a concentração na praça
da Sé, os manifestantes -2.000,
segundo a CUT e 1.200 para a Polícia Militar- seguiram em passeata pelo centro de São Paulo.
Em frente ao prédio do BankBoston, queimaram uma bandeira
dos EUA sob um coro de vaias para o presidente americano, George W. Bush, e para o presidente do
BC, Henrique Meirelles.
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