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São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2003

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1º DE MAIO

Paulinho diz que "Lula continua desempregando os trabalhadores"

Força reúne 1,5 milhão em SP e critica Lula e Marta

André Porto/Folha Imagem
Vista aérea do ato da Força Sindical mostra milhares de pessoas reunidas ontem na praça Campo de Bagatelle, zona norte de SP


CLAUDIA ROLLI
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Força Sindical aproveitou as comemorações do 1º de Maio para criticar a política econômica do governo Lula e a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, em manifestação que reuniu ontem 1,5 milhão de pessoas na praça Campo de Bagatelle, em São Paulo. A avaliação é do comando da Polícia Militar. O evento teve shows de artistas populares e sorteio de prêmios.
"São Paulo tem 1,8 milhão de desempregados e a política econômica do governo Lula continua desempregando o trabalhador. Queremos emprego, crescimento econômico e melhores salários para a população", disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
Em tom de discurso eleitoral, o sindicalista -que não esconde o entusiasmo com sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, mas nega ser candidato- aproveitou o palco do 1º de Maio e a presença de mais de 1 milhão de pessoas para criticar a prefeita de São Paulo. "A dona Marta está fazendo o "diabo" em São Paulo contra a população. Na eleição, vamos dar o troco. Ninguém aceita mais o que está sendo feito na cidade."
Paulinho disse que a prefeitura em vez de atrair está "espantando" as empresas. "Essa cidade precisa ser melhorada. Não pode ter taxa de luz, nem de lixo. E vem por aí a taxa de água."
Políticos e sindicalistas que participaram das comemorações da Força defenderam as reformas tributária e previdenciária propostas pelo governo -os discursos foram de reforma sim, privilégio não e desenvolvimento sim, recessão e desemprego, não.
"Defendemos uma reforma na Previdência que leve em consideração os direitos adquiridos dos trabalhadores. Mas não podemos aceitar aposentadorias de R$ 50 mil", disse Jorge Nazareno, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco.
O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, participou a convite de Paulinho do evento da Força. "Todos os trabalhadores têm de se unir para se defender das forças antitrabalhistas, aquelas que querem tirar direitos do povo de forma sofisticada e, às vezes, levando alguns líderes trabalhistas ao equívoco." A ida de Brizola ao 1º de Maio da central também mostrou a aproximação entre o PDT e o presidente da Força, que deixou o PTB em fevereiro e pretende anunciar até o final deste mês sua filiação a outro partido.
O deputado Pedro Corrêa, presidente nacional do PP, provocou a CUT em seu discurso. "Certamente o presidente Lula gostaria de estar aqui. Mas, se viesse ao ato da Força, teria de ir ao de outra central. E lá seria mal recebido." Para o deputado, a CUT "é uma central de funcionários públicos e está fazendo oposição à reforma da Previdência". Segundo o presidente da CUT, João Felício, o funcionalismo representa 28% dos sindicatos filiados à central.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Eleno José Bezerra, cobrou do governo Lula políticas econômicas que permitam a criação de 10 milhões de empregos -a principal promessa de campanha do presidente durante as eleições.
O secretário-geral da UIL (central sindical italiana que representa cerca de 1,8 milhão de trabalhadores), Luigi Angeletti, que participou do ato, disse que brasileiros e italianos têm em comum a luta pelos direitos. "É preciso ter justiça social e salário digno."

Shows
A maior concentração de pessoas na comemoração ocorreu por volta das 13h, quando foi registrado 1,2 milhão de pessoas no show de Zezé Di Camargo & Luciano -a dupla apoiou e subiu com Lula em palanques durante as eleições.
"O número chegou a 1,5 milhão de pessoas circulando em toda a praça e nas imediações", disse o coronel Eduardo Luiz Tavares. Foram registrados 2.443 atendimentos médicos e 56 remoções para hospitais da região.


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