|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
1º DE MAIO
Paulinho diz que "Lula continua desempregando os trabalhadores"
Força reúne 1,5 milhão em SP e critica Lula e Marta
André Porto/Folha Imagem
|
Vista aérea do ato da Força Sindical mostra milhares de pessoas reunidas ontem na praça Campo de Bagatelle, zona norte de SP |
CLAUDIA ROLLI
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
A Força Sindical aproveitou as
comemorações do 1º de Maio para criticar a política econômica do
governo Lula e a prefeita de São
Paulo, Marta Suplicy, em manifestação que reuniu ontem 1,5 milhão de pessoas na praça Campo
de Bagatelle, em São Paulo. A avaliação é do comando da Polícia
Militar. O evento teve shows de
artistas populares e sorteio de
prêmios.
"São Paulo tem 1,8 milhão de
desempregados e a política econômica do governo Lula continua
desempregando o trabalhador.
Queremos emprego, crescimento
econômico e melhores salários
para a população", disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
Em tom de discurso eleitoral, o
sindicalista -que não esconde o
entusiasmo com sua candidatura
à Prefeitura de São Paulo, mas nega ser candidato- aproveitou o
palco do 1º de Maio e a presença
de mais de 1 milhão de pessoas
para criticar a prefeita de São Paulo. "A dona Marta está fazendo o
"diabo" em São Paulo contra a população. Na eleição, vamos dar o
troco. Ninguém aceita mais o que
está sendo feito na cidade."
Paulinho disse que a prefeitura
em vez de atrair está "espantando" as empresas. "Essa cidade
precisa ser melhorada. Não pode
ter taxa de luz, nem de lixo. E vem
por aí a taxa de água."
Políticos e sindicalistas que participaram das comemorações da
Força defenderam as reformas
tributária e previdenciária propostas pelo governo -os discursos foram de reforma sim, privilégio não e desenvolvimento sim,
recessão e desemprego, não.
"Defendemos uma reforma na
Previdência que leve em consideração os direitos adquiridos dos
trabalhadores. Mas não podemos
aceitar aposentadorias de R$ 50
mil", disse Jorge Nazareno, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco.
O presidente nacional do PDT,
Leonel Brizola, participou a convite de Paulinho do evento da
Força. "Todos os trabalhadores
têm de se unir para se defender
das forças antitrabalhistas, aquelas que querem tirar direitos do
povo de forma sofisticada e, às vezes, levando alguns líderes trabalhistas ao equívoco." A ida de Brizola ao 1º de Maio da central também mostrou a aproximação entre o PDT e o presidente da Força,
que deixou o PTB em fevereiro e
pretende anunciar até o final deste mês sua filiação a outro partido.
O deputado Pedro Corrêa, presidente nacional do PP, provocou
a CUT em seu discurso. "Certamente o presidente Lula gostaria
de estar aqui. Mas, se viesse ao ato
da Força, teria de ir ao de outra
central. E lá seria mal recebido."
Para o deputado, a CUT "é uma
central de funcionários públicos e
está fazendo oposição à reforma
da Previdência". Segundo o presidente da CUT, João Felício, o funcionalismo representa 28% dos
sindicatos filiados à central.
O presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Paulo, Eleno
José Bezerra, cobrou do governo
Lula políticas econômicas que
permitam a criação de 10 milhões
de empregos -a principal promessa de campanha do presidente durante as eleições.
O secretário-geral da UIL (central sindical italiana que representa cerca de 1,8 milhão de trabalhadores), Luigi Angeletti, que participou do ato, disse que brasileiros
e italianos têm em comum a luta
pelos direitos. "É preciso ter justiça social e salário digno."
Shows
A maior concentração de pessoas na comemoração ocorreu
por volta das 13h, quando foi registrado 1,2 milhão de pessoas no
show de Zezé Di Camargo & Luciano -a dupla apoiou e subiu
com Lula em palanques durante
as eleições.
"O número chegou a 1,5 milhão
de pessoas circulando em toda a
praça e nas imediações", disse o
coronel Eduardo Luiz Tavares.
Foram registrados 2.443 atendimentos médicos e 56 remoções
para hospitais da região.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Frase Índice
|