São Paulo, domingo, 02 de maio de 2004

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TRABALHO

Em ato que reuniu cerca de 500 mil pessoas, segundo a PM, Paulinho pede que Lula volte para o lado do trabalhador

Festa da Força reúne opositores ao governo

FÁTIMA FERNANDES
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A festa de Primeiro de Maio promovida pela Força Sindical em São Paulo foi marcada por duras críticas à política econômica do governo Lula.
Paulo Pereira da Silva, presidente da central sindical, e seus convidados, entre os quais membros da oposição e da base de apoio ao governo, chegaram a dizer que Lula traiu seus eleitores. Eles criticaram o aumento do salário mínimo (de R$ 240 para R$ 260) e pediram ""com urgência" mudança de rumo na economia. Leonel Brizola, presidente do PDT, defendeu a ""renúncia" de Lula. ""Como pode um governo que se elegeu com o voto do trabalhador ter o desplante de decretar um salário mínimo como esse?", disse.
""O Lula trocou de lado. Aderiu ao neoliberalismo e ao capital financeiro e atua com o mercado financeiro da mesma forma que o governo anterior", disse Anthony Garotinho, ex-governador e hoje secretário de Segurança Pública do Rio. ""O povo foi traído", disse Garotinho, que pediu ""desculpas públicas" a seus eleitores por ter apoiado Lula no segundo turno da campanha eleitoral de 2002.
O presidente da Força Sindical disse que ""ainda há tempo de o governo Lula voltar para seu caminho". ""Para o lado que o Lula está indo, ele não chega até o fim do governo. Nosso último pedido é: Lula, volte para seu lado", disse Paulinho. ""Os banqueiros que hoje batem palmas serão os primeiros a derrubarem-no", afirmou.
Presente ao evento, o ex-presidente do PSDB José Anibal sustentou que o governo Lula está sem rumo. E disse que o percentual de aumento do salário mínimo foi uma surpresa ""ruim". "Do jeito que as coisas vão, o Lula precisa de 50 anos para cumprir a promessa de dobrar o salário mínimo do país", afirmou em referência a uma das promessas de campanha do presidente. ""O governo não pára de nos surpreender de forma negativa", disse.
Waldemar Costa Neto, presidente do PL, um dos partidos da base governista, afirmou que a política econômica de Lula é insustentável. ""Lula pegou o país quebrado. Ele errou ao não comunicar isso à população. Mas o Lula vai ter que mudar de rumo."
Presente ao evento, o secretário de Relação do Trabalho, Oswaldo Bargas, não comentou as críticas. Ele representava o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini.
Por volta das 12h, cerca de 500 mil pessoas estavam na praça Campo de Bagatelle (zona norte de São Paulo), segundo a Polícia Militar. A Embraesp, que faz consultoria de solo, informou que o local comporta 400 mil pessoas.


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