São Paulo, domingo, 02 de maio de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Apreensões da Receita Federal aumentam em São Paulo

A Receita Federal em São Paulo apreendeu nos primeiros três meses deste ano R$ 15,1 milhões em mercadorias importadas de forma irregular (sem pagamento de impostos) e produtos falsificados (pirateados) em operações de fiscalização feitas somente no varejo e nas ruas, sem considerar ações realizadas nos aeroportos e nos portos.
O valor foi quase seis vezes maior do que o volume registrado durante o ano passado inteiro, quando o fisco apreendeu R$ 2,2 milhões em mercadorias no Estado.
Entre os produtos mais apreendidos neste ano estão eletrônicos (filmadoras, câmaras digitas), material de informática (notebooks, placas e processadores), além de bolsas que imitam modelos de grifes, jogos de vídeo, tênis, celulares, perfumes, óculos e relógios. As maiores apreensões ocorreram na cidade de São Paulo.
José Guilherme Antunes de Vasconcelos, superintendente da Receita em São Paulo, atribui o desempenho favorável à nova estratégia do órgão de realizar operações fiscais de menor porte, porém, com maior frequência.
"Além de manter ações fiscais diárias, também criamos, no Estado de São Paulo, o grupo Fera (Força Especial de Repressão Aduaneira), que conta hoje com 300 servidores. O grupo começou a atuar no final de dezembro do ano passado e os resultados já estão demonstrados no número recorde de apreensões aduaneiras."
Se contabilizadas as ações fiscais realizadas nos portos e aeroportos de janeiro a março deste ano, o valor das apreensões chega a R$ 58 milhões. No ano passado, a soma total das fiscalizações foi de R$ 347 milhões (inclui ações de rua, varejo, portos e aeroportos) -dos quais R$ 250 milhões correspondem a mercadorias apreendidas no porto de Santos.

O QUE ESTOU LENDO

Marcelo Justo/Folha Imagem/Reprodução
GEOGRAFIA
Paulo Godoy, presidente da Abdib (associação da infraestrutura e indústrias de base), lê "Armas, Germes e Aço" (editora Record, 476 págs.). O livro, do biólogo e escritor americano Jared Diamond, mescla arqueologia e epidemiologia com história. O triunfo da civilização europeia é atribuído pelo autor nesta obra a fatores geográficos e ambientais.

PORTA A PORTA
A Abevd (Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas) elegeu sua nova diretoria para o biênio 2010/2012. Paulo Cesar Velloso Quaglia (Avon) assume a presidência da entidade. Rodolfo Guttilla (Natura) ocupará a primeira vice-presidência e Marcelo Zalcberg (Herbalife) será o segundo vice-presidente.

CIMENTO
O nível de emprego da construção pesada cresceu 1,18% em março, com a admissão de 997 trabalhadores, em relação a fevereiro. Segundo o Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada de SP), no acumulado dos últimos 12 meses houve elevação de 18,34%, com a abertura de 13.289 postos de trabalho.

EXAMES NO SETOR
"Depois que Fleury e Dasa foram para a Bolsa, não podemos ficar muito parados", diz o médico Victor Pardini, presidente do conselho de administração do Hermes Pardini, o terceiro maior laboratório de análises clínicas do país. O grupo vai transferir em agosto todas as operações técnicas para o novo Núcleo Técnico Operacional, próximo do aeroporto de Confins, em Belo Horizonte. O núcleo, um investimento de R$ 50 milhões, terá 20 mil m2 só para exames, um alto grau de automação e menor tempo de liberação de resultado ao cliente. Com a nova estrutura, o laboratório projeta crescimento de 50% da capacidade de produção. O número de testes realizados alcançará 3 milhões mensais. Enquanto o Fleury atende um público de alto poder aquisitivo, a Dasa, as classes B e C, o Pardini foca em exames para outros laboratórios. Atende atualmente cerca de 4.500, de todo o Brasil, e oferece 2.306 tipos de exames. Até o paulistano Hospital Albert Einstein manda amostras para lá. "Em tempos de fusões e aquisições, temos crescido organicamente mais de 13% ao ano", diz Pardini, que prepara a empresa para entrar na Bolsa daqui a pelo menos três anos. "Arrumamos a casa e equacionamos dívidas tributárias", conta. "Vamos ter que nos juntar a alguém [para abrir capital com mais peso]." Com faturamento de R$ 400 milhões, a cobiçada "noiva" do setor deve dobrar o Ebitda [lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização] em 2010. "Recebemos ao menos uma ligação por dia de interessados."

DEMANDA DESTAMPADA
"O Brasil é o mercado que mais cresce no mundo Scania, em que participa com 27,5%", diz o diretor-geral da companhia no Brasil, Christopher Podgorski. O país representa 91% da América Latina. Em volume comercializado, só o setor de caminhões da companhia cresceu 33%. "Quebramos um recorde mundial da Scania ao vender 1.740 caminhões em março." Desde fevereiro, a operação brasileira conta com um banco que oferece financiamento, inclusive como agente do BNDES. O Scania Banco S.A. já usou todo o limite de crédito disponibilizado pelas linhas do banco de fomento, que aumenta o valor financiado conforme o histórico da instituição. Para Podgorski, o governo agiu rápido na crise e a Scania acertou ao lançar um modelo de caminhão em meio à turbulência. "Tiramos a tampa de uma demanda reprimida há décadas."


com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e CLÁUDIA ROLLI


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