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ENERGIA
Planalto recorre diretamente ao STF para barrar liminares contra corte e sobretaxa; se perder, poderá sepultar programa
Governo dá tiro no escuro para salvar plano
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo decidiu recorrer diretamente ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar barrar
as liminares contra as medidas do
racionamento, em uma arriscada
estratégia traçada após duas derrotas em tribunais regionais federais, a segunda instância judicial,
sobre o corte no fornecimento e a
sobretaxa de consumo.
Essa opção representa uma espécie de "ou tudo ou nada". Se for
vitorioso, o Planalto conseguirá se
livrar da chamada guerra de liminares. Caso contrário, sepultará
de uma só vez as principais medidas do plano de racionamento.
Não há garantia de vitória.
O próprio governo reconhece
que pode fracassar caso mova
uma ação no STF pedindo que as
medidas sejam declaradas constitucionais, mas passou a considerar que a outra alternativa de defesa judicial, a cassação de cada liminar, seria mais temerária. Sempre que um juiz negasse um pedido haveria desgaste político.
Anteontem, o TRF (Tribunal
Regional Federal) da 3ª região
(São Paulo) manteve liminar da
Justiça Federal em Marília que ordenara a suspensão dos cortes de
luz e da cobrança da sobretaxa.
Ontem o TRF da 1ª região (Brasília) rejeitou pela segunda vez recurso do governo contra decisão
da Justiça Federal de Minas Gerais
que proibiu a cobrança.
A possibilidade de derrota no
STF é avaliada da seguinte forma:
qualquer que seja a estratégia de
defesa, a palavra final será dos 11
ministros desse tribunal. Por isso,
não haveria por que temer o pronunciamento imediato deles.
Na alternativa de cassar cada
uma das liminares, caberia ao novo presidente do Supremo, ministro Marco Aurélio de Mello, examinar os pedidos do governo antes do plenário do tribunal, e as
chances de rejeição são consideradas grandes.
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