São Paulo, sábado, 02 de junho de 2007

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Mercado Aberto

@ - guilherme.barros@uol.com.br

Líder em tubos de TV fecha as portas no país

Líder na fabricação de tubos (cinescópios) de imagem para TV no país, a LP Displays, que é controlada por um pool de instituições financeiras, vai fechar as portas. A direção da empresa deu a informação dessa decisão ontem ao sindicato de metalúrgicos de São José dos Campos, onde fica a sua maior fábrica.
Além da unidade de São José, a LP possui outras em Manaus, Recife e na região do ABC paulista. Todas serão fechadas nos próximos dois meses e seus 2.500 funcionários serão dispensados. A empresa fabrica tubos para TVs de 14, 20 e 29 polegadas.
Há cerca de um ano, a LP Displays, que chegou a ser uma das grandes companhias do setor eletroeletrônico no planeta, fechou as portas em vários países no mundo, principalmente na Europa e em Hong Kong, onde ficava a sua sede. Ela só continuou existindo em alguns países emergentes, como no caso do Brasil.
O grande problema enfrentado pela LP foi que os tubos de TV ficaram obsoletos depois do surgimento das TVs de plasma e de cristal líquido (LCD). As vendas despencaram e a empresa se tornou inviável financeiramente. A saída foi fechar as suas quatro fábricas.
No ano passado, a LP já tinha emitido alguns sinais de suas dificuldades. A empresa abriu pelo menos dois PDVs (Programas de Demissões Voluntárias) para enxugar o quadro de pessoal. As medidas, no entanto, não foram suficientes para tirá-la do vermelho.
Até o ano passado, a empresa se chamava LG Philips, já que se tratava de uma joint venture das duas companhias. As duas empresas venderam suas participações para um pool de bancos e mantiveram na companhia uma participação de apenas 1% cada uma.
A LP é a principal fornecedora de tubos no país para as fabricantes de TVs como a LG, a Philips e a Semp Toshiba. Agora, com o fechamento das fábricas, essas empresas terão de importar o produto da China.
As TVs com cinescópio ainda são muito consumidas no Brasil, principalmente pela população de baixa renda.

MAIS LEVE
A Visteon, empresa fornecedora de sistemas de áudio da cadeia automotiva, prepara-se para eliminar o uso de metais pesados da sua produção no país. A partir de agora, sua planta em Manaus, que possui capacidade para 800 mil unidades ao ano, passa a operar com tecnologia "lead free", totalmente sem chumbo. Metais pesados, como o cádmio e o cromo hexavalente, já não integram a composição dos produtos. "Isso já é uma tendência no Japão e na Europa", afirma Hélio Contador, presidente da empresa no Brasil. A iniciativa começou em 2005, quando a Visteon retirou o chumbo da produção da linha Kenwood, na sua unidade em Guarulhos (SP).

MULHER NO VOLANTE
Os empresários Rodrigo Buschinelli e Giuliano Gandolfi, sócios da GR Park, adotaram uma prática heterodoxa para seu serviço de manobristas de eventos: passaram a contratar modelos. Menos ortodoxo ainda foi o resultado: os gastos com seguro por acidentes caíram em 60% e o faturamento dobrou. "Só consigo pensar em vantagens na mão-de-obra. São mais caras, mas são mais cuidadosas, mais simpáticas. Os clientes reclamam menos, o número de avarias e de furtos diminuiu", diz Buschinelli.

QUENTE E FRIO
O comércio atacadista de tecidos de São Paulo registrou aumento de 7% nas vendas em maio em relação a abril, segundo o sindicato do setor.

NA PASSARELA
A Reclicagem, empresa de gestão e marketing ambiental, acaba de fechar parceria com a São Paulo Fashion Week para fazer a gestão de resíduos do evento. A empresa fará treinamento da equipe de limpeza. Os coletores seletivos foram feitos de matéria-prima reciclada de embalagens de creme dental.

CAPITALISMO
Armínio Fraga, ex-presidente do BC, hoje da Gávea Investimentos, afirmou que a governança corporativa é co-responsável pelo "cenário espetacular, em que o Brasil real encontra o Brasil financeiro pela primeira vez". Para ele, "parte importante desse contexto que quase nunca é lembrada é a melhor gestão das empresas, que sofrem maior cobrança da sociedade. É o capitalismo chegando para valer". As declarações foram feitas por Fraga em almoço promovido pelo Ação Jovem do Mercado Financeiro e de Capitais, com mais de 30 jovens de São Paulo e do Rio.

PAQUERA
As empresas de telefonia celular acreditam que vão faturar 18% a mais neste Dia dos Namorados do que no mesmo período do ano passado, segundo pesquisa da Fecomercio-RJ. Depois da telefonia celular, os setores mais otimistas são roupas, com previsão de crescimento de 14,9%, e calçados e bolsas, com 12,6%. Jóias e bijuterias, com 2,9%, e CDs, com -0,8%, são os setores que menos esperam faturar com os namorados.

EM ALTA
No acumulado do ano até maio, foram registradas 25 ofertas de ações na Auto-Regulação da Anbid. No mesmo período de 2006, foram 18 operações. O volume de recursos nas ofertas também é crescente. Neste ano, as ofertas de ações somam R$ 18,48 bilhões, contra R$ 10,73 bilhões em 2006. As perspectivas de contínuo crescimento das ofertas de ações devem se confirmar. Ainda estão em processo de análise na CVM outras 29 ofertas primárias de ações.

PERUANA
Paulo Skaf (Fiesp) estará em Lima, segunda, para participar, com o presidente do Peru, Alan Garcia, da abertura do Encontro Empresarial Brasil Peru. Organizada pela Fiesp, a missão abrirá mercado entre empresas brasileiras e peruanas. Já foram agendados 186 encontros com 130 empresas do Peru e 30 do Brasil. Skaf participa de reunião fechada com Alan Garcia sobre projetos como a construção de 300 mil casas populares, investimento em biocombustível e cooperação na área de defesa. Hoje operam no Peru 30 empresas brasileiras. Na terça, a Fiesp se reúne com o ministro das Minas e Energia, Juan Valdibia, e com Hernan Garrido-Lecca Montañez, ministro da Habitação, Construção e Saneamento.

CADEIRA
A Latin American Multichannel Advertising Council acaba de anunciar Renato Grinberg como o novo gerente-geral da empresa no Brasil.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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