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Bolívia reduzirá gás para usina de Cuiabá
Termelétrica terá de assinar contrato que diminui fornecimento de 2,2 milhões de metros cúbicos por dia para 1,5 milhão
Bolivianos afirmam não ter combustível suficiente; com menos gás, usina deve recorrer a uso do diesel, o que encarecerá energia
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A empresa Pantanal Energia,
que opera a termelétrica Governador Mário Covas em
Cuiabá (MT), terá que se contentar com o fornecimento de
1,5 milhão de m3 por dia de gás
boliviano para a usina, embora
o volume acertado com a Bolívia em 2002 fosse de 2,2 milhões diariamente.
A informação é do chefe do
escritório do governo de Mato
Grosso em Brasília, Jefferson
de Castro Júnior, que acompanha a negociação com o governo boliviano e que disse ontem
que está praticamente tudo
acertado com a Bolívia sobre o
volume de gás a ser fornecido.
O contrato, porém, deve ser assinado só na próxima semana.
A Bolívia alega não ter capacidade de produção suficiente
para elevar o fornecimento a
2,2 milhões de m3. Funcionando a gás, a usina é responsável
por 70% da energia produzida
em Mato Grosso.
O acordo original, assinado
em 2002, era válido até 2019,
mas foi revisto por determinação do presidente da Bolívia,
Evo Morales. A negociação
ocorre em Santa Cruz de La
Sierra com a YPFB, estatal da
Bolívia do setor petrolífero.
O negócio não envolve a Petrobras, mas o governo boliviano diz que a saída de Silas Rondeau -com quem haviam sido
iniciadas as negociações- do
cargo de ministro de Minas e
Energia atrapalhou o acordo.
A última reunião se estendeu
pela noite de quinta-feira e acabou na madrugada de ontem.
Procurada pela Folha, a
YPFB não deu detalhes sobre a
negociação, mas disse que o
acordo será assinado na segunda ou terça-feira.
O contrato para fornecimento de 1,5 milhão, segundo Castro, será provisório, pois a usina precisa de 2,2 milhões para
suprir o Estado de energia.
Ainda conforme Castro, a
usina está recebendo atualmente 1,1 milhão para a produção de energia elétrica.
Diesel
A direção da empresa Pantanal Energia, controlada pela
britânica Ashmore não telefonou de volta, apesar dos pedidos de entrevista ontem e na
quinta-feira. Na falta de gás, a
usina, que tem potência de 480
MW, usa diesel, o que eleva o
custo de produção.
Em fevereiro, os presidentes
Luiz Inácio Lula da Silva e Evo
Morales, da Bolívia, chegaram a
acordo pelo qual o preço do gás
de Cuiabá subirá de US$ 1,19
por milhão de BTU (medida de
energia) para US$ 4,20.
A YPFB confirmou ontem
que o preço está mantido mesmo com a redução no volume
fornecido por dia. O governo
boliviano diz que o aumento representará uma receita anual
de US$ 44,8 milhões.
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