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Oscilação maior da Bolsa desafia investidor
Instabilidade na cotação das ações, puxada por setores como o bancário e o de commodities, aumentou nas últimas semanas
Sobe-e-desce dos papéis torna mais arriscadas as operações no mercado acionário; especialistas sugerem diversificação
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de ser destaque em
2008 como uma das Bolsas que
mais sobem no mundo, a Bovespa tem operado em seus
maiores níveis da história. Nesse cenário, o investidor, especialmente o que não está acostumado às oscilações do mercado acionário, deve ter mais cautela do que nunca.
A instabilidade tem sido elevada nas últimas semanas, o
que torna a Bolsa de Valores
ainda mais arriscada. Segundo
um índice calculado pela própria Bolsa paulista, o Ibovespa
teve volatilidade de 32,11% em
maio (até o dia 29). A média dos
três meses anteriores mostrou
índice de 30,28%. No período
de um ano, o indicador ficou
em 30,77%. Ou seja, a instabilidade tem aumentado.
O sobe-e-desce das ações
acaba por trazer maiores dificuldades para se realizar projeções de investimento. Isso porque a volatilidade representa a
intensidade e a freqüência das
oscilações das cotações dos ativos (como as ações) em um determinado período. "As fortes
variações nos preços das commodities têm trazido grande
instabilidade à Bolsa brasileira", diz Júlio Martins, diretor
da Prosper Gestão de Recursos.
Sempre nos holofotes em decorrência de seus lucros bilionários, as ações do setor financeiro têm sofrido oscilações
ainda mais bruscas no mês.
A notícia de que a Nossa Caixa poderia ser vendida ao Banco do Brasil fez com que suas
ações ordinárias se destacassem com altíssima volatilidade
em maio. Para os papéis da
Nossa Caixa, o índice chegou
aos 115,71% no mês; para os do
Banco do Brasil, o indicador ficou em 53,18%.
Outras ações do setor bancário seguiram o ritmo, com instabilidade bem acima da registrada pelo Ibovespa -que é a
principal referência da Bolsa e
agrupa as 66 ações mais negociadas do mercado. Para os papéis units do Unibanco, o índice registrou 51,51%; para os
preferenciais do Itaú, foi a
44,04%; no caso de Bradesco
PN, ficou em 43,28%.
"Das oscilações da Bolsa não
tem como fugir", afirma Dirceu
Galle, assessor de investimentos da Fator Corretora. "E temos de lembrar que a Bolsa
tem operado perto de suas máximas. O que é mais relevante é
ser seletivo neste momento, ficando atento às diferentes
oportunidades oferecidas por
empresas de setores distintos",
aconselha Galle.
O que o investidor nunca deve esquecer é que ninguém pode prever com exatidão o que
ocorrerá com a Bolsa. Por isso,
independentemente de a Bolsa
estar oscilando muito, sempre
é importante lembrar que aplicar em ações representa assumir riscos de perder ao menos
uma parte do capital investido.
Galle avalia que neste momento os setores mais ligados
ao mercado interno, como consumo e construção civil, podem
ser mais interessantes que papéis mais tradicionais, como
Petrobras e Vale, que tem subido bastante nos últimos tempos -o que pode acabar por limitar seu potencial de alta.
Além disso, tanto a Petrobras
como as ações do setor siderúrgico sofrem grande influência
do desempenho das commodities no mercado internacional.
Um exemplo claro é a Petrobras. Com o barril de petróleo
testando suas máximas históricas, chegando a superar recentemente a barreira de US$ 130,
os papéis preferenciais da Petrobras ganharam novo impulso e terminaram maio com valorização acumulada de 16,11%.
Mas na semana passada, marcada pelo recuo do petróleo, os
papéis tiveram queda de 3,08%.
"Mais do que as oscilações do
mercado, deve-se olhar cada
empresa, seu perfil e as perspectivas que gera. A diversificação para quem investe em
ações também é um fator bastante importante", afirma
Théo Rodrigues, diretor-geral
do INI (Instituto Nacional de
Investidores).
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