|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Venda da Chrysler para a Fiat é aprovada pela Justiça americana
DE NOVA YORK
A Justiça norte-americana
abriu caminho para que a
Chrysler, terceira maior montadora do país e também em
processo de concordata, seja
vendida para a italiana Fiat.
A decisão ocorreu um mês
depois do início da concordata
da empresa e, com o tempo, pode proporcionar à Fiat a maioria do controle da montadora.
Em um primeiro momento, a
composição do capital da
Chrysler poderá ficar assim dividida: 55% para a United Auto
Workers; 20% para a Fiat; 8%
para o governo dos EUA; e 2%
para o governo do Canadá, onde a montadora tem fábricas.
Mas a reestruturação prevê
que ao longo do processo a Fiat
possa se tornar a maior acionista da Chrysler, redesenhando o
mapa da indústria automobilística nos EUA.
Um grupo de credores da
Chrysler promete contestar a
decisão do juiz federal Arthur
Gonzalez. Pelo plano de reorganização da empresa, a Fiat tem
até o dia 15 de junho para desistir da operação caso surjam novos entraves.
Mercado nos EUA
Tanto no caso da Chrysler
como no da reestruturação da
General Motors, a recuperação
do mercado de veículos nos Estados Unidos é considerada
fundamental para que elas sejam bem-sucedidas.
A venda de automóveis nos
EUA despencou 40% desde janeiro, para um total anualizado
de cerca de 9,5 milhões de unidades. Nesse patamar, analistas consideram que até a Toyota, maior montadora do mundo, vem perdendo dinheiro no
mercado norte-americano.
A expectativa, porém, é que a
gradual recuperação da economia e a volta do crédito bancário possam trazer novo fôlego
para os consumidores de veículos nos EUA, abrindo uma perspectiva de recuperação para as
mais enxutas e novas GM e
Chrysler -que também deve se
desfazer de marcas e de centenas de concessionárias.
Poucos acreditam, porém,
que o mercado norte-americano volte ao pico de 2000, quando foram vendidos 17 milhões
de automóveis no país (como
comparação, foram 4,8 milhões
no Brasil em 2008).
Outro problema para as reestruturações de GM e Chrysler,
segundo a empresa de consultoria J. D. Powers & Associates,
é a cada vez maior penetração
de veículos europeus e asiáticos
nos Estados Unidos. Entre os
consumidores com nível superior, apenas 39% preferem hoje
comprar carros de origem norte-americana.
(FCZ)
Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: Oposição, "ricos", pobres e Lula Próximo Texto: Autopeças: Delphi negocia saída da concordata Índice
|