São Paulo, terça-feira, 02 de junho de 2009

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Venda da Chrysler para a Fiat é aprovada pela Justiça americana

DE NOVA YORK

A Justiça norte-americana abriu caminho para que a Chrysler, terceira maior montadora do país e também em processo de concordata, seja vendida para a italiana Fiat.
A decisão ocorreu um mês depois do início da concordata da empresa e, com o tempo, pode proporcionar à Fiat a maioria do controle da montadora.
Em um primeiro momento, a composição do capital da Chrysler poderá ficar assim dividida: 55% para a United Auto Workers; 20% para a Fiat; 8% para o governo dos EUA; e 2% para o governo do Canadá, onde a montadora tem fábricas.
Mas a reestruturação prevê que ao longo do processo a Fiat possa se tornar a maior acionista da Chrysler, redesenhando o mapa da indústria automobilística nos EUA.
Um grupo de credores da Chrysler promete contestar a decisão do juiz federal Arthur Gonzalez. Pelo plano de reorganização da empresa, a Fiat tem até o dia 15 de junho para desistir da operação caso surjam novos entraves.

Mercado nos EUA
Tanto no caso da Chrysler como no da reestruturação da General Motors, a recuperação do mercado de veículos nos Estados Unidos é considerada fundamental para que elas sejam bem-sucedidas.
A venda de automóveis nos EUA despencou 40% desde janeiro, para um total anualizado de cerca de 9,5 milhões de unidades. Nesse patamar, analistas consideram que até a Toyota, maior montadora do mundo, vem perdendo dinheiro no mercado norte-americano.
A expectativa, porém, é que a gradual recuperação da economia e a volta do crédito bancário possam trazer novo fôlego para os consumidores de veículos nos EUA, abrindo uma perspectiva de recuperação para as mais enxutas e novas GM e Chrysler -que também deve se desfazer de marcas e de centenas de concessionárias.
Poucos acreditam, porém, que o mercado norte-americano volte ao pico de 2000, quando foram vendidos 17 milhões de automóveis no país (como comparação, foram 4,8 milhões no Brasil em 2008).
Outro problema para as reestruturações de GM e Chrysler, segundo a empresa de consultoria J. D. Powers & Associates, é a cada vez maior penetração de veículos europeus e asiáticos nos Estados Unidos. Entre os consumidores com nível superior, apenas 39% preferem hoje comprar carros de origem norte-americana. (FCZ)


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