São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2004

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Inflação não afeta confiança do FMI no país

DE WASHINGTON

O FMI (Fundo Monetário Internacional) indicou ontem que o aumento das expectativas de inflação no Brasil não é fonte de preocupação e que está satisfeito com o ritmo da retomada do crescimento no país.
"Creio que devamos olhar para todo o quadro, e não apenas para um número específico. Eu não fecharia o foco sobre os números de inflação em particular", afirmou o porta-voz do Fundo, Thomas Dawson, ao ser questionado sobre as novas previsões do Banco Central para este ano.
Anteontem, o BC, por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN), anunciou que a inflação de 2004 deve atingir 6,4%, contra uma previsão de 5,2% há três meses e acima do centro da meta, fixada em 5,5%.
"Certamente temos acompanhado os anúncios e discussões do Banco Central para a meta deste ano e do próximo. Mas, como já disse antes, vemos a recuperação econômica do Brasil como firmemente enraizada, com dois trimestres de crescimento em torno de 6%, forte performance no setor exportador e no resultado da conta corrente do país", afirmou Dawson.
Para 2005 e 2006, o Banco Central determinou uma meta de inflação ainda mais apertada, de 4,5%. No ano que vem, o intervalo de tolerância ainda será de 2,5 pontos, para cima ou para baixo. Em 2006, esse intervalo cairá para 2 pontos, por conta da melhora nas condições do país resistir a choques de oferta, como a alta dos preços petróleo.
O porta-voz do Fundo elogiou também o fato de o Brasil ter conseguido "se preparar" para o movimento de alta nos juros nos Estados Unidos.
Anteontem, pela primeira vez em quatro anos, o Fed (o banco central dos EUA) elevou a taxa básica de juro do país, de 1% ao ano para 1,25%. Juro maior nos EUA significa menos apetite de investidores por investir em países emergentes como o Brasil e, conseqüentemente, maiores pressões sobre a taxa de câmbio.
"Os mercados se anteciparam e se ajustaram bem a esse movimento de alta de juros nos EUA. As autoridades [brasileiras] tomaram as medidas apropriadas para adequar o perfil da dívida [do país]", disse Dawson.
Nos últimos meses, o BC desencadeou um esforço para reduzir a dívida brasileira denominada em dólar como forma de o país ficar menos sensível a oscilações.
Dawson lembrou ainda que outra indicação da confiança na recuperação brasileira foi o lançamento, na semana passada, de bônus de longo prazo que ajudaram o país a captar US$ 750 milhões entre investidores internacionais. (FCz)


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