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Inflação não
afeta confiança
do FMI no país
DE WASHINGTON
O FMI (Fundo Monetário Internacional) indicou ontem que o
aumento das expectativas de inflação no Brasil não é fonte de
preocupação e que está satisfeito
com o ritmo da retomada do crescimento no país.
"Creio que devamos olhar para
todo o quadro, e não apenas para
um número específico. Eu não fecharia o foco sobre os números de
inflação em particular", afirmou o
porta-voz do Fundo, Thomas
Dawson, ao ser questionado sobre as novas previsões do Banco
Central para este ano.
Anteontem, o BC, por meio do
Conselho Monetário Nacional
(CMN), anunciou que a inflação
de 2004 deve atingir 6,4%, contra
uma previsão de 5,2% há três meses e acima do centro da meta, fixada em 5,5%.
"Certamente temos acompanhado os anúncios e discussões
do Banco Central para a meta deste ano e do próximo. Mas, como já
disse antes, vemos a recuperação
econômica do Brasil como firmemente enraizada, com dois trimestres de crescimento em torno
de 6%, forte performance no setor
exportador e no resultado da conta corrente do país", afirmou
Dawson.
Para 2005 e 2006, o Banco Central determinou uma meta de inflação ainda mais apertada, de
4,5%. No ano que vem, o intervalo
de tolerância ainda será de 2,5
pontos, para cima ou para baixo.
Em 2006, esse intervalo cairá para
2 pontos, por conta da melhora
nas condições do país resistir a
choques de oferta, como a alta dos
preços petróleo.
O porta-voz do Fundo elogiou
também o fato de o Brasil ter conseguido "se preparar" para o movimento de alta nos juros nos Estados Unidos.
Anteontem, pela primeira vez
em quatro anos, o Fed (o banco
central dos EUA) elevou a taxa
básica de juro do país, de 1% ao
ano para 1,25%. Juro maior nos
EUA significa menos apetite de
investidores por investir em países emergentes como o Brasil e,
conseqüentemente, maiores pressões sobre a taxa de câmbio.
"Os mercados se anteciparam e
se ajustaram bem a esse movimento de alta de juros nos EUA.
As autoridades [brasileiras] tomaram as medidas apropriadas
para adequar o perfil da dívida
[do país]", disse Dawson.
Nos últimos meses, o BC desencadeou um esforço para reduzir a
dívida brasileira denominada em
dólar como forma de o país ficar
menos sensível a oscilações.
Dawson lembrou ainda que outra indicação da confiança na recuperação brasileira foi o lançamento, na semana passada, de
bônus de longo prazo que ajudaram o país a captar US$ 750 milhões entre investidores internacionais.
(FCz)
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