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SIDERURGIA
Banco vê controle das empresas como estratégia para mudar setor
BNDES quer ações de CSN
e CST em troca de dívidas
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) estuda uma proposta aos
controladores das siderúrgicas
CSN (Companhia Siderúrgica
Nacional) e CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão) para transformar em participações acionárias nas duas empresas créditos
que o banco tem a receber delas
ou dos próprios controladores.
O banco estatal considera estratégico participar do controle das
empresas siderúrgicas. O BNDES
quer ser voz ativa no processo de
reestruturação do setor siderúrgico brasileiro, já em andamento, e
avalia que, como acionista das
principais empresas, terá melhores condições de participar.
Hoje, o banco possui apenas
0,5% do capital da CSN. Da CST, o
banco é sócio indireto, por meio
da Vale do Rio Doce, dona de
22,85% do capital da siderúrgica
capixaba. Só que a Vale acaba de
anunciar o acerto para a venda da
sua participação total à Arcelor,
empresa européia que já é a principal acionista da CST.
Segundo informações obtidas
no site da CST, a empresa devia ao
BNDES cerca de R$ 300 milhões
no fim do ano passado. Já a CSN
tem com o banco uma dívida de
R$ 210 milhões. A Vicunha Siderurgia, controladora da CSN, deve
ao banco R$ 1,2 bilhão.
Em novembro do ano passado,
quando o BNDES comprou, por
R$ 1,5 bilhão, uma participação
de 8,5% no capital da Valepar
(10,4% do capital votante), controladora da Vale do Rio Doce,
uma das justificativas era zelar pela presença da mineradora em
áreas consideradas estratégicas,
como a siderurgia.
O banco era contra a venda pela
Vale da sua participação na CST,
mas até agora não se manifestou
sobre a concretização do negócio.
Analistas avaliam que o BNDES
possa ter concordado com a venda da CST pela Vale em troca de
participação conjunta com a Arcelor e com a própria Vale em empreendimentos siderúrgicos no
Nordeste. Agora, o banco quer
participar diretamente do capital
da CST.
O BNDES gostaria de ver formado um grande grupo siderúrgico de capital majoritariamente
nacional.
Uma das alternativas para a formação de um grande grupo nacional seria a fusão da CSN com a
Usiminas/Cosipa, uma operação
sonhada no BNDES, mas que até
agora não encontrou a mesma
simpatia dentro dos dois grupos.
Para a analista Cristiane Viana,
do Banco Espírito Santo, ainda há
muito a acontecer na reestruturação da siderurgia do país. Ela disse que a consolidação da Arcelor
na CST já era esperada e que, além
do grupo europeu, a Usiminas/Acesita e o grupo Gerdau já formam complexos com produção
em torno de 10 milhões de toneladas/ano.
Para Viana, a incógnita do momento é o que fará a CSN. Ela não
quis falar sobre uma possível participação do BNDES no processo,
argumentando que seria mera especulação.
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